Não só o Friendly Fires.
A britânica Charli XCX também é uma das atrações mais aguardadas do Meca Festival, que rola amanhã, no Rio Grande do Sul. Com dois discos na bagagem e o single “SuperLove” recém saído do forno, a cantora vem pela primeira vez ao Brasil para surpreender e mostrar que é mais do que um rostinho bonito que assistimos no Youtube.
As músicas de “True Romance” falam por si só e Charli já mostrou que possui o dom para compor canções grudentas. O hit “I Love It” – mundialmente famoso pelas vozes do Icona Pop – foi escrito por ela. E esse é só o início da lista de parcerias que se desdobram por Marina an the Diamonds e Alex Metric – apenas para citar mais dois.
Com bom humor e simpatia, Charli contou à NOIZE como é ser jovem (e viver de música) no Reino Unido na era pós-BBC Radio 1. Os melhores momentos da nossa conversa você pode conferir aqui embaixo.
Charli XCX se apresenta também no Rio de Janeiro, no dia 29, e em São Paulo, no dia 31 de janeiro. Tudo o que você precis saber sobre o Meca está aqui.
Você gravou o seu primeiro disco muito cedo, com apenas 14 anos de idade. Você se lembra do dia exato que decidiu ser cantora? Como você percebeu que a sua vida mudaria depois daquele dia?
Não me lembro muito desse dia não (risos). Na verdade, não acho que gravei o meu primeiro álbum muito nova, até porque o disco que você se refere eu nem cheguei a lançar. São só algumas músicas que eu fiz como experiência e uma pessoa, que eu nem sei quem é, pegou e colocou na web. Muita gente acha que é o meu primeiro disco… Mas não é. É só uma menina de quatorze cantando algumas músicas estúpidas (risos). Eu realmente não me lembro muito daquela época.
Você é uma das principais representantes da nova geração da música britânica. Como é a vida dos jovens hoje no Reino Unido? O que eles costumam ouvir e que tipo de música tem sido as preferidas nas pistas de dança?
Eu não sei responder essa! (risos) Eu não costumo frequentar casas noturnas e imagino que as músicas que eu gosto não são as mesmas que as outras pessoas escolhem para as suas festas. No Reino Unido, tem uma gravadora chamada PC Music, muito interessante e com artistas incríveis no seu cast. Eu acho muito legal uma cantora deles chamada Hannah Diamond… Eles têm muita coisa interessante programada para sair em breve.
A Inglaterra é um país de grandes bandas e artistas consagrados. Qual é a melhor maneira para os mais novos mostrarem o seu trabalho?
Hmmm… Honestamente? Não tem. O melhor lugar para os artistas iniciantes é mesmo a web. No Reino Unido, eu acho que as pessoas estão muito mais conectadas com o que rola no online do que com o que toca no rádio. O rádio não é um espaço democrático. Para a sua música tocar lá, você precisa preencher alguns pré-requisitos que nem todas as bandas novas têm. Na web, muitas pessoas podem ajudá-lo a espalhar a sua música.
“True Romance” é um disco que fala muito sobre o amor. As músicas do álbum foram baseadas em fatos da sua vida ou você criou as histórias sem nenhum compromisso com a realidade?
Eu diria que um pouco das duas coisas. A maioria das músicas relacionam à minha vida de alguma forma…. Mas tem uma que se chama “Set Me Free” que eu escrevi sobre o primeiro filme da saga “Crepúsculo” (risos). Por muito tempo eu não contei isso para ninguém, mas hoje eu até acho um pouco engraçado.
O seu próximo álbum sairá praticamente um ano depois de “True Romance” chegar às lojas. O que ele terá de diferente se comparado com o seu anterior? O quanto você mudou de 2013 para 2014?
Ele terá um pouco mais de vida. Será um pouco mais cru também. Eu costumo dizer que as músicas do “True Love” são da cor lilás e as novas um pouco mais vermelhas e intensas. Nesse momento, eu me sinto mais inspirada pelo punk e pelo pop dos anos 60 do que pelos outros estilos. Por isso, o som do novo álbum vai ser um pouco diferente, até porque eu não gostaria de fazer um disco exatamente como as pessoas esperam. Eu gosto de surpreender. Ele vai contar, com certeza, com as melhores músicas que eu já criei.