“Cinco Minutos”

26/04/2010

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Por: Revista NOIZE

Fotos:

26/04/2010

O ano era 1999 e o lugar era a Faculdade de Comunicação Social da PUCRS (ou Famecos, como é melhor conhecida). No saguão do prédio 7 da PUC, ainda era permitido o consumo de cerveja. “Naquela época, antes da invasão da BM lá por 1997, o pátio da FUMECOS era o centro global da maconheirização da PUC“, lembra Marcelo Benvenutti, escritor, que cursava Publicidade nessa época.

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Carlinhos Carneiro, vocalista das bandas Bidê ou Balde, Império da Lã e Bife Simples, resume: “o pessoal de Jornalismo já era rico em lactobacilos“. Na turma, incluiam-se Cristiano Bastos (repórter de revista Rolling Stone, que também dirige o documentário “Nas Paredes da Pedra Encantada“, sobre o álbum Paêbirú – Caminho da Montanha do Sol), Francisco Bretanha (da Groove James e da Império da Lã), Fernanda Médici (ex-apresentadora do programa College Na TV e, segundo Carneiro, “totalmente musa under da noite portoalegrense anos 90“). Juntavam-se a eles estudantes de outros cursos e semestres: Alisson Ávila e Eduardo Muller (que co-escreveram Gauleses Irredutíveis com Cristiano Bastos), Nik Neves (artista plástico e ilustrador que, com Carneiro, Benvenutti, Bretanha e Bastos, criou o fanzine RevistaZE) e Kátia Aguiar (ex-tecladista da Bidê ou Balde).

Foi quando, na cadeira de Cinejornalismo II, em um grupo que poucos conseguem lembrar, foi feito o vídeo “Cinco Minutos“. Achado por Cristiano Bastos na semana passada, o vídeo é uma minirreportagem proposta pela cadeira. Proposta essa completamente distorcida pelo grupo, que incluiu passagens de trás para a frente, depoimentos bêbados e trilha sonora do The Who. “A primeira aventura videodromológica da VLFN! Filmes“, considera Bastos.

Kátia considera o vídeo “um embuste dos garotos para que não fossem reprovados na cadeira de telejornalismo“. Segunda ela, “quando o prazo foi ficando apertado, alguém surgiu com essa idéia de meta-vídeo sobre os 5 minutos que o trabalho deveria ter e aí os guris começaram a jorrar idéias pra preencher o tema“. Para Cristiano Bastos, a história é diferente: “a insanidade apoderou-se de nossas mentes“.

Dentre lembranças vagas, a realidade é que o vídeo surpreendeu os professores, que o inscreveram no Festival de Cinema e Vídeo de Gramado daquele ano. “Foi a zebra na categoria Experimental. Para as outras turmas, as professoras usavam-no como modelo de ‘não fazer’“, conta Bastos.

O vídeo ganhou o prêmio, dado por Lucélia Santos, Stepan Nercessian e Jorge Furtado, que o comparou ao seu “Ilha das Flores“. Segundo Bastos, “nenhum de nós havia assistido, até então, o curta-metragem“.

Entra lendas, dúvidas e cerveja, o que sobra é o vídeo e os depoimentos daqueles que participaram daquela época. A trilha que todos seguiram mostra que a criatividade não se esgotou em apenas cinco minutos.

Benvenutti finaliza dizendo: “Obviamente não desistimos. Estamos mais velhos e cada vez piores“.

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26/04/2010

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