Carnavais alternativos: Psicodália

15/03/2011

The specified slider id does not exist.

Powered by WP Bannerize

Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

15/03/2011

Por Paola Kremer

Um biquíni preto e um cinto de couro eram as únicas coisas no corpo bem desenhado, tirando os dreads loiros até a cintura. Em qualquer outro cenário, a imagem provavelmente atiçaria tarados e apavoraria peruas, mas no evento mais próximo do que poderia ser um Woodstock brasileiro dos anos dois mil, mal e mal atraía olhares. Não que as formas não merecessem uma atenção especial, mas as visões atípicas eram tantas que ficaria estrábico quem se atesse à qualquer beleza.

*

Foi a 14ª vez que o festival Psicodália recebeu gente acampando, dessa vez com shows de 30 bandas. A qualidade sonora era no mínimo questionável, mas duas atrações fizeram valer o ingresso: Traditional Jazz Band, provavelmente a melhor banda de jazz do país, e Tom Zé.

Os senhores de maior idade da Traditional deram um espetáculo, tocando grandes de New Orleans, como Louis Armstrong. Ainda dividiam sua sabedoria passando um pouco do contexto histórico de cada música. Já o mestre da Tropicália mostrou que tem o dom da performance. Fez quem não conhecia as letras de outra dimensão cantar junto.

Muitas das outras bandas fizeram questionar a organização paranaense do evento, que claramente privilegiou bandas do próprio estado e deixou saudades do nosso rock do sul. Um Morrostock garante uma equação de bandas boas X tempo de festival mais em conta.

Mas nada paga ter uma alternativa de carnaval com clima setentista.Todo mundo tinha o gosto pelo rock em comum, o que resultava num clima amigável. Isso, junto do contato com a natureza que a fazenda Evaristo, no norte de Santa Catarina, oferece, nem parece carnaval. No melhor sentido possível. É festa constante, num lugar genial, com pessoas interessantes. Faltou Pata de Elefante, Bandinha Di Dá Dó e outras belas bandas que, em algumas edições, elevam o nível do Festival. Sobrou paz, dinheiro (é um programa razoavelmente econômico) e beleza. Tanto de ver tanta gente diferente em harmonia – é a melhor palavra quando pessoas se abraçam em grupo por aí – quanto pelo refúgio das selvas, a de pedra e a carnavalesca.


Fotos: André Wofchuk

Tags:, , ,

15/03/2011

Revista NOIZE

Revista NOIZE