Engana-se quem pensa que toda introspecção é melancólica. Mesmo vindo das terras gélidas de St. Petersburg, na Rússia, o quinteto Pinkshinyultrablast mostra o lado mais acalorado do shoegaze no disco de estreia Everything Else Matters, lançado em março desse ano. Desde então, aqueles que descobrem o som hipnótico da banda não o esquecem mais.
São os vocais de Lyubov que nos guiam pelo mar de reverbs e sintetizadores. Se você conseguir discernir o que dizem os versos, vai perceber que ela canta em inglês, e não russo. Diz a vocalista que é porque a língua norte-americana é “mais melódica”. O primeiro trabalho deles saiu em 2009, quando nem todos integrantes atuais estavam na banda. É o EP Happy songs for happy zombies, com quatro faixas de instrumental pesado, deixando a leveza para a voz de Lyubov. Em entrevista à publicação Sounds Better With Reverb, o grupo conta que “o processo todo levou três dias”, mantendo tudo muito lo-fi.
O shoegaze tem essa coisa de parecer que ao final de toda música você terá uma epifania. Mas a grande revelação do Pinkshinyultrablast começou com o single “Umi”, que chegou no fim do ano passado e nos apresenta uma versão mais acelerada do gênero musical, apontando novas direções do shoegaze que Cocteau Twins e Lush faziam tão bem. A banda prefere usar o termo “thunder pop”, que serve bem para definir a mistura agressiva e sonhadora do grupo.
Dois meses depois do single estrear, chega o disco completo Everything Else Matters, lançado pelo selo londrino Club AC30. Igor (baixo), Sergey (bateria), Rustam (sintetizadores) e Roman (guitarras) completam o time que junto com Lyubov extrapolam o que conhecemos por shoegaze. Há espaço também para o dream pop e até um punk rock. Músicas como “Holy Forest” são extremamente dançantes e animadas. “Marigold” é a faixa que encerra o disco e resume bem o som do Pinkshinyultrablast.
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