| Por Rafael Carvalho |
Novas plataformas em lançamentos musicais são um desafio para a indústria da música atualmente. Em um momento em que vivemos o bombardeamento de informações ao vivo perante nossas timelines, como fazer o seu CD ou projeto musical chamar a atenção?
Se existisse uma receita, certamente não a falaríamos aqui, assim de graça. Afinal, quantas bandas, somente na sua cidade hoje, têm um bom CD ou música para ser lançada e nós sequer vamos ouvir? Muitas. Fato é que, até as mais consagradas precisam se renovar para falar com mais pessoas (audiência) ao mesmo tempo, de forma dinâmica e eficaz naquilo que se prestam – fazer música.
Vemos uma avalanche de bandas disponibilizando álbuns em streaming, em vídeo, audições de trechos de novas músicas, tudo sempre voltado a prender nossa atenção para o lançamento de um novo disco. Citando o Foo Fighters, que certamente não precisaria de uma apresentação no David Letterman transmitida para a América toda ao vivo pela televisão e para todo o resto do mundo via internet. Isso seria somente um diferencial, afinal, a banda tocou algumas músicas de seu novo CD, Wasting Light, mas também fez uma apresentação recheada de hits do passado que fizeram a banda ser quem é hoje. Contaram sua história ali, ao vivo, diante de milhões. Resultado: cativaram seu público de sempre e conquistaram um monte de gente que achou o resultado incrível, e que ficou sabendo assim, por acaso, porque alguém deu o link na timeline.
Falado tudo isso, para chegar a um único ponto: inovar é preciso.
Pensando nisso, o Bluebrain, banda ainda pouco conhecida de Washington, lançou seu novo CD em formato de aplicativo para iPhone, iPad e iPod (da versão touch). Trata-se basicamente de um app que, quando baixado, instala no seu gadget uma função de localização e, por enquanto, funciona somente no International Mall, museu e ponto turístico de Washington.
É uma ideia que restringe a música da banda a níveis locais, mas esta pode ser justamente a intenção, pelo menos por enquanto. O Bluebrain já anunciou que pretende lançar em breve novos aplicativos para outros pontos famosos pela América.
Em contrapartida, podemos nós, reles mortais, começarmos a pensar em aplicativos que interajam com a nossa biblioteca de música, para que mude de música de acordo com a nossa localização, por que não? Abre-se aí uma gama de possibilidades para a música em locomoção, uma categoria pouco explorada, afinal de contas, não é só em casa (mesmo) que estamos ouvindo música nos dias de hoje.
Assista, abaixo, ao vídeo Royal Blue, do Bluebrain.