Dia das Crianças de gente grande sempre acaba em nostalgia. Todas as fotos infantis de perfil no Facebook não mentem: Queremos mostrar pro mundo como éramos bonitinhos, ou relembrar aquele tempo tão bom. Pra seguir no clima, abrimos os álbuns de alguns representantes da nova geração da música brasileira, e descobrimos que alguns até já sabiam o que queriam ser, mesmo antes de crescer.
CARNE DOCE
“Depois que eu nasci ficou impossível pra minha mãe terminar a faculdade de piano. Ela colocou todas as quatro filhas para aprenderem algum instrumento, do jeito formal, com teoria. Mas no geral ou a gente não tinha disciplina ou não tinha interesse. Eu continuo sem tocar nada, comecei a cantar e compor tarde, mas sou a que está levando mais longe essa história de fazer música. Eu sou a bebezinha no andador, com minhas irmãs Paula, Lorena e Juliana”. Salma Jô
O TERNO
“Sendo filho de músico desde muito pequeno, meus pais me botavam pra “brincar de musica” com instrumentos. Lembro de pirar quando meu pai me mostrou como mudavam os timbres no tecladinho, os sons diferentes. Ficava lá viajando sem saber tocar nada, só na zuera”. Tim Bernardes
“Essa foi umas das primeiras viagens que eu fiz com meus pais para um hotel que tinha um estúdio disponível pros hóspedes. Tinha um pouco menos de 2 anos e não sabia que viraria baixista, mas quis tirar uma foto com esse Roland gigante. O barbudo que me ajudou a segurar o baixo eu nunca descobri quem era”. Guilherme D’Almeida
“Essa foto foi tirada em 1989, na cidade de Porto Velho (RO). Na época, nós morávamos em Humaitá (interior do Amazonas) e fazíamos supermercado na capital de Rondônia. Sou natural de São Luís do Maranhão, mas nunca morei lá. Meu pai é engenheiro civil e naquele tempo trabalhava em uma empresa com obras por todo país, de modo que ia sendo transferido para outra cidade de tempos em tempos, então sempre nos mudamos bastante, até vir parar em Goiânia. Foi meu pai, inclusive, que fez eu começar a gostar de música. Desde essa época ele tinha a coleção completa dos Beatles em casa.”Aderson Maia
HELIO FLANDERS
“Isso foi um inverno em Londrina, 1987, eu devia ter quase 3 anos. Não tenho muitas memórias de nada, além de que queria sair voando com esse triciclo. Raciocinar era isso.”
MAHMUNDI
“Eu deveria ter uns 2,3 anos e já adorava ficar no celular! O mais irado dessa fotoca é esse adesivinho que a galera colava nos álbuns hahah Essa frase é <3"
IAN RAMIL
“Quando eu tinha por volta de 16, 17 anos, meu pai me contou que desde que eu nasci ele nunca mais se preocupou em deixar os violões guardados em casa. Não por desleixo ou preguiça, mas estrategicamente, pra que eles sempre estivessem ao meu alcance. Os arranhões nos tampos e essa foto são a maior prova de que aproveitei bastante essa investida indireta e silenciosa. Esse Ovation que aparece em cima de mim, hoje em dia, vive comigo e parece bem menor quando nos abraçamos”.
THIAGO PETHIT
“Meu pai foi morar em um sítio no Paraná por 3 ou 4 meses com um grupo de amigos, uma forma de comunidade hippie. Essa foto foi tirada quando fiquei um tempo com ele. Lá, vivenciei momentos incríveis, aprendi a andar a cavalo, subir em árvores, chutar mangas, situações bem bucólicas da vida no campo. Também fiquei bem “solto” nessa fase, criança cheia de piolho e carrapato, sabe? Lembranças ótimas, me diverti muito.”
DINGO BELLS
Eu tinha em torno de quatro anos quando essa foto foi tirada. Foi na sala da antiga casa onde eu morava e na qual passei boa parte da infância. Essa bateria foi um presente da minha vó Esther, pra mim e pro meu primo. Meu primo brincou por alguns dias e colocou fora, diz ele. Eu aproveitei um pouco mais. Não sei onde ela pode estar hoje, acho que minha mãe passou adiante. Eu curtiria gravar um disco com ela. O som deve ser supervintage.” Rodrigo Fischmann
