Entrevista: Creedence Clearwater Revisited

04/11/2010

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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04/11/2010

25 anos de silêncio foi o que os fãs “ouviram”, até que, em 1995, Doug Clifford e Stu Cook reuniram-se com Steve Gunner,Tal Morris e John Tristão, criaram o Creedence Clearwater Revisited e voltaram a se apresentar ao vivo. Depois de quatro anos, os ex-integrantes do Revival vêm ao Brasil em novembro e avisam:“Let’s make some noise!”.

*

por Raffa Ramos

Ao montarem a banda a intenção era fazer shows pequenos. Hoje vocês se apresentam para multidões, como antigamente. O que você prefere?

Stu Cook – Bem, os dois têm aspectos positivos. Em shows pequenos é muito mais íntimo. Você vê as reações na cara do público. E você pode ter contato visual, falar com eles. O que é ótimo. Claro, com públicos grandes você perde isso, mas a troca de energia é enorme. Os dois são bons da mesma maneira.

Doug Clifford – Bem, ninguém estava tocando a nossa música, por 25 anos. Nem Joe Fogerty. Eu e Stu (Cook) queríamos tocar novamente e as pessoas diziam que queriam ver o Creedence tocando ao vivo de novo. Foi o que fizemos. Achamos as pessoas certas e nos juntamos. Agora já estamos juntos há quase 16 anos fazendo turnês. Por exemplo, acabamos de voltar da China e da Austrália. Nós temos fãs em todos os lugares e adoramos festejar com eles. E temos seis shows marcados aí no Brasil.

E depois de anos se apresentando, ainda é a mesma sensação do início?

Stu Cook – No início era extraordinário. Estar em cima do palco cheio de luzes, não conseguir ver direito o público, sei lá… Agora, com certeza, é mais tranqüilo. Você se acostuma.

Doug Clifford – A única diferença é que agora eu estou velho.

Vocês dois tocam juntos desde o colegial. Quase que um casamento. Como é tocar tanto tempo com alguém?

Stu Cook – É, é um pouco como um casamento mesmo. Mas um bom casamento (risos). É como ter um sexto sentido, quase como se soubéssemos o que o outro vai fazer. Quando ele começa alguma coisa eu sei como vai terminar, então eu posso complementar. E vice-versa.  É quase automático, estamos tocando há muito tempo juntos, uns 50 anos.

Doug Clifford – Bem, eu conheço ele há 52 anos. E eu estou casado há 42. Então, pode-se dizer que é como um casamento. Mas nós tocamos música ao invés de fazer todas as outras coisas. E eu sei o que ele está pensando, antes de ele pensar. De vez em quando eu gosto de surpreender ele, pra ver se ele está prestando atenção.

Vocês têm um disco gravado, Recollection, com os maiores hits do Revival. Tem alguma música que ficou de fora, na sua opinião?

Stu Cook – Só uma escapou, eu acho: “Good Golly Miss Molly.” Ficou de fora, de alguma forma.

Das músicas do Creedence, você tem alguma favorita?

Doug Clifford – Minha música favorita é “Born on the Bayou”. Com certeza. E “Proud Mary”, foi nosso primeiro sucesso como música original. Nós tivemos “Suzie Q”, mas nós não a escrevemos. “Bayou” era pra ser o próximo single, mas acabou sendo “Proud Mary”. Então, era um música que eu não esperava que fosse ser um sucesso e acabou sendo um dos maiores de todos os tempos.

Vocês andam compondo? Os fãs podem esperar algo novo em breve?

Stu Cook – Não, não, não. Nós não vamos fazer nada novo. O propósito é só tocar músicas do Creedence, ao vivo, para os fãs. Não tenho o tempo, nem o interesse em sentar e compor. Nós somos pessoas mais velhas agora. Temos coisas melhores para fazer com a nossa vida agora. Então, nós não podemos… E não queremos confundir o que estamos fazendo com coisas novas.

Doug Clifford – Na verdade, não. Nós fazemos o que o público quer, e eles querem Creedence. Nós pensamos sobre isso, mas ficamos muito na estrada. Então quando estamos em casa, queremos passar tempo com nossa família. Não queremos ficar num estúdio, gravando músicas que o púbico não conhece.

E algum plano para um novo álbum com outras músicas do Revival?

Doug Clifford – Sim. Eu não sei quando, mas provavelmente ano que vem. Nós temos algumas música do Creedence que ainda não gravamos e que vão entrar no próximo disco. “99 And A Half”, provavelmente. “Good Golly Miss Molly”… Por aí.

Faz quatro anos desde a última vez que vocês vieram ao Brasil. O que vocês esperam dos show aqui?

Stu Cool – O Brasil está crescendo como país e se tornando cada vez mais importante no mundo em que nós vivemos. Espero que seja maior e melhor. Estivemos aí pela última vez em 2006 e fizemos uma ótima turnê. Estamos todos ansiosos por isso de novo. Ótimos shows para todos os nossos fãs.

Doug Clifford – Nós amamos a América do Sul e o Brasil. Nós achamos que os sul-americanos são os mais animados e os que mais gritam. Gostamos de voltar porque a música é uma grande parte da cultura e nós nos sentimos honrados em fazer parte dessa cultura.

O nome Clearwater vem de uma propaganda de cerveja. Era boa de verdade? Valeu a pena ter dado o nome da banda?

Stu Cook – Ah, não, não era muito boa. Como é mesmo… Chopper é bem melhor. (risos)

Doug Clifford – Olympia Beer era o nome. Foi por dois motivos. Na propaganda tinha uma musiquinha que dizia “Made from cool clearwater” (feita de água limpa e gelada) e havia uma pequena queda d’água. Era bonito. Mas também significa ecologia e tomar conta do planeta. Nós queremos água limpa no planeta e queremos muitas coisas melhores. Era uma combinação de ecologia com cerveja. O que é uma combinação bem estranha. (risos)

Algum recado para os fãs do Brasil?

Stu Cook – Preparem-se para uma noite de Rock ‘n’ Roll.

Doug Clifford – Se você gosta de Creedence, você vai adorar essa banda. Venha nos ver e nós faremos uma festa juntos. Nós gostamos de tocar nossa música pra vocês e a reação que vocês têm com a nossa música. Let’s make some noise! (Vamos fazer barulho!)

Serviço Creedence Clearwater Revisited

13/11/2010 – Curitiba, Master Hall
14/11/2010 – Florianópolis, Floripa Music Hall
15/11/2010 – Porto Alegre, Teatro do Bourbon Country
20/11/2010 – São Paulo, Via Funchal
21/11/2010 – Brasilia, Estádio Nilson Nelson

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