_po Karla Wunsch
Zé Pi, compõe música desde os 8 anos de idade, e garante que é uma necessidade fisiológica. Trabalha como multi-instrumentista, cantor, ator, compositor, e leva na bagagem trabalhos com Tatá Aeroplano, Cérebro Eletrônico e Tulipa Ruiz. Aliás, é dele a voz masculina no dueto “Só sei dançar com você”, da cantora capa da Noize #56.
Na frente de sua banda Druques, lançou seu primeiro LP em 2006. E agora, a banda tá com o segundo álbum no forno: “Nuvem Negra”, que tem lançamento previsto pra outubro.
Vem ler nosso papo com o cara sobre música, inspirações, parcerias e mucho más…
NOIZE: O que o nome Druques quer dizer?
Zé Pi: Druques vem de “Droogs” que na linguagem “Nadsat” significa “amigo”, linguagem que foi inventada por Anthony Burgess para seu livro “A clock work orange” (1962)
popularizado nas telonas por Stanley Kubrick.
NOIZE: Houve boatos de que Druques ia acabar? O que aconteceu?
Zé Pi: Os Druques são perigosos. Nos amamos depois brigamos, voltamos, brigamos, voltamos …
NOIZE: A banda passou por longas pausas, o que esse período acrescentou a vocês? Estão mais maduros? Musicalmente o estilo mudou?
Zé Pi: Em 2008 lançamos nosso último trabalho a faixa “Não Assim” com a phonobase num formato até então inédito no Brasil um DVD SINGLE com entrevistas e toda filmografia da banda depois a DeckDisc acabou lançando a faixa também. O tempo é um agente colaborador na nossa arte, nosso som é o reflexo de nossas vidas e ele muda de acordo com as mudanças internas de cada um. A banda serve, além de outras infinitas coisas, para experimentarmos nossas descobertas.
NOIZE: O novo álbum conta com a parceria com Tulipa Ruiz e Tatá Aeroplano. Como aconteceu essa parceria? Porque escolheu eles?
Zé Pi: Foi natural, são amigos que nos acompanham desde o começo da banda, são duas pessoas muito queridas, além de ter participado do disco de estréia da Tulipa onde tive a honra de dividir os vocais em “Só sei dançar com você” e também dos discos “Pareço Moderno” (Cérebro Eletrônico) onde gravei algumas guitarras e “Terrorist” (Jumbo Elektro onde divido vocais e duas parcerias com Tatá Aeroplano, o Tatá me conhece desde quando eu era criança, eramos vizinhos em bragança, lembro do Tata ir em bailinhos do meus irmãos mais velhos em casa e aprontar altas peripecias como eu sou mais novo eu só observava. Tenho muito carinho per estes(as) grandes artistas e me sinto privilegiado de ser amigo deles.
NOIZE: “Traição”, o primeiro single, é de sua composição. A história é verídica?
Zé Pi: Não é uma música baseada num evento especifico e sim um sistema aberto onde todas interpretações são bem vindas. Toda música é um sistema aberto.
NOIZE: Como funciona seu processo de composição? Onde você busca inspiração? Alguma dica?
Zé Pi: Não tem regra. Na verdade a resposta mais honesta é “Não Sei” é como uma necessidade fisiológica, um movimento involutario, componho desde meus 8 anos quando começei a tocar piano e desde então não parei mais.Meu dilema é o excesso, tenho muitas músicas e as vezes sinto que não consigo dar conta de gravar e midiatizar todas elas
NOIZE: Quais as 5 referências brazucas que mais influenciam o seu trabalho?
Zé Pi: Seria impossivel citar apenas 5 nomes, mas posso citar alguns movimentos : Modernsimo nacional (Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade em particular), A bossa nova, O Samba Paulista e Carioca (Em particular Adoniran, Nelson do Cavaquinho e Cartola) A Tropicália, A Jovem Guarda, A vanguarda Paulista, Toda geração do Rock 80, O Mangue Beat, O futuro. Mil outras coisas.
NOIZE: Se pudessem escolher qualquer lugar pra morar, onde seria? Porquê?
Zé Pi: No passado. Por que sou nostálgico.
NOIZE: Inverno combina com…
Zé Pi: “Carinhos e beijinhos sem ter fim…
E agora que você já leu o papo, fica ligado que dia 1º de setembro a Noize vai lançar com exclusividade o primeiro single de Nuvem Negra, “Traição”.