Em abril, duas lendas da música se encontram em cima de palcos brasileiros. Os punks do Misfits e os metaleiros do Anthrax trazem para as capitais paulista e gaúcha os seus quase 60 anos somados de carreira.
Imperdível? A gente também acha. Ainda mais depois de Jerry Only, o vocalista do grupo punk de New Jersey, nos falou que os shows com o Anthrax são “os mais divertidos”.
Antes dos caras chegarem por aqui, batemos um papo com o ícone idealizador de músicas como “Mommy, Can I Go Out and Kill Tonight?”, “Dig Up Her Bones” e “Astro Zombies”. E acabamos descobrindo que Jerry, que esteve por aqui no ano passado, sente muita saudade do nosso famoso churrasco.
Quer saber mais? Chega aqui e dá uma conferida.
NOIZE: Os Misfits são de Nova Jersey, e cena punk de lá é muito notável. Vocês são uns dos maiores nomes por lá. Nova Jersey é também um lugar bastante violento…você acha que a violência influencia o som de vocês em alguma forma?
JO: A maioria de Jersey é operária, especialmente ao redor de Nova York. A maioria das pessoas possuem trabalhos e fazem música em seu tempo livre. Eu fiz. Não é uma cena onde músicos sentas em suas bundas e acontece. Afunde ou nade. Nós focamos em filmes de terror e a violência lá é contida. Eu prefiro uma invasão marciana do que uma revolta policial em qualquer dia.
N: Se você pudesse nomear 3 influências visuais dos Misfits, o que ou quem seriam?
JO: O número um seria o Godzilla…spikes, pele de couro, olhos escuros. Iggy Pop, porque ele estava realmente empolgado ao conhecer os caras do Black Flag. Ele é como certeza o nosso pai. E as pirâmides…sempre sólidas, sempre consistentes, sempre ali.
N: Você vê a influência dos Misfits nas bandas de hoje? Como você se sente?
JO: Nossa influência é bastante óbvia. Mas de tudo que vemos, a transformação pequena, subconsciente, é a que sempre me intrigou.
N: Uma vez você disse que os Misfits não são uma banda, e sim um modo de vida. Como é esse modo de vida?
JO: O valor da vida é conquistado com luta e triunfo. Vencemos problemas, o tempo, e nunca desistimos. Eu acho que sobrevivemos. Trinta e cinco anos é uma vida inteira para uns. É uma visão e um pensameno sem data. Fresco como no dia em que foi concebido.
N: Os Misfits se separaram há mais de 25 anos atrás, mas quando estamos em um show de vocês, o público nem parece ter essa idade. Existem muitos jovens por lá. Qual é a sua explicação para isso?
JO: O valor de uma existência está na regeneração. Se nós não produzirmos algo novo e saudável para colocarmos no lugar, seríamos dinossauros. Eu acredito que os jovens abraçam mais o material novo do que o velho.
N: Eu ouvi dizer que o “Devilock” (o penteado de Jerry) foi inspirado no Elvis. É verdade? Como você o criou?
JO: O devilock é uma extensão “dark” do topete do Superman, mas já foi de um “Black Elvis” a um ferrão. A primeira inspiração foi com certeza o Superman e Elvis.
N: Qual é o seu filme de terror favorito e por quê?
JO: A Noite dos Mortos-Vivos. Uma vez que você o veja, fica óbvio por que.
N: E qual é a sua banda preferida?
JO: Hoje a minha banda preferida…essa é difícil. Eu sempre gostei de Elvis, Bowie, e várias utras andas diferentes. Eu queria ter escrito “Search and Destroy” (dos Stooges).
N: O que você faz no seu tempo livre?
JO: Malho, escrevo, saio com a minha família. Não tenho grandes hobbies…não tenho tempo.
N: Vocês já estiveram aqui pelo Brasil várias vezes. Tem alguma coisa da qual sentem saudades? Alguma comida, algum lugar…?
JO: Churrasco!
Anthrax e Misfits
SÃO PAULO
27 de abril
22h
HSBC Brasil (Rua Braganca Paulista, 1281)
Ingressos variam de R$ 160 a R$ 380
PORTO ALEGRE
25 de abril
21h
Gigantinho (Av. Padre Cacique 891)
Ingressos variam de R$ 70 a R$ 110