_por Cris Lisbôa
_foto: Ricardo Calabro
Desconocidos é o nome do primeiro* álbum da banda Quarto Negro de Eduardo Praça (voz e guitarra acústica) e Thiago Klein (piano) com luxuosas participações de Guri Assis Brasil, Guilherme Almeida (ambos da Pública e Flu) e Leo Mattos (Bicicletas de Atalaia).
O disco em questão foi gravado em 2012 no escaldante verano de Barcelona e já entrou em todas aquelas listas de melhores do ano: álbum, música, capa, videoclipe e etc e tal. (NR: Não torça o nariz, querido leitor. Eles são bons de verdade.)
Então, tira 5 minutos desta manhã, lê a conversita que a gente teve e coloca ?“Bom dia, Lua”, gravado e produzido por Chuck Hipolitho, no talo.
NOIZE: Por que Desconocidos?
Eduardo Praça: Desconocidos. Surgiu pelo diálogo presente na música de mesmo nome, um casal que já não se conhece mais e vive entre a ansiedade e a nostalgia de um novo dia. Parecido com o que sentíamos na véspera do lançamento, quase um ano passou desde que voltamos de Barcelona até quando soltamos o disco. 300 e poucos dias de pura ansiedade em revelar uma obra até então oculta.
NOIZE: Onde fica o quarto negro?
Eduardo Praça: Nunca pensamos nisso, mas poderia ser no sul da França em Montpellier, em uma casa de madeira, com um piano velho e uma vitrola.
NOIZE:Por que gravar em Barcelona? E no verão?
Eduardo Praça: Sempre pensamos em gravar fora, se dedicar totalmente e buscar alguma outra inspiração diferente do habitual. Na época, Barcelona foi ideal, ativa, bonita e totalmente fora do comum. Seria mais fácil procurar uma cidade farta de bandas similares, mas Barcelona fez tudo ser mais desafiador e inspirado.
NOIZE: Que música vocês escolheriam para impressionar uma moça desconocida? (:
Eduardo Praça: Depende do grau de loucura dela, mas algo entre Scott Walker com “Mathilda” e Walkmen com “Southern heart”. Infalível.
NOIZE: O que está presente em todas as canções do LP?
Eduardo Praça: Definitivamente, o sentimento mais presente é de seriedade e sinceridade.
NOIZE: Vocês participam da criação dos videoclipes? Têm alguma história pra contar?
Eduardo Praça: Participamos de quase todos até hoje e sempre faremos o possível pra isso. Sempre tivemos um cuidado cinematográfico com tudo, inclusive por algum motivo, sempre imaginamos as músicas dessa forma. Elas pedem bastante e dá um valor incrível à obra.
O maravilhoso fotógrafo que fez nossa capa, Mr. Chill, vive em Strasbourg, na França. Na próxima semana vamos para lá filmar nosso próximo video, que deve ser nossa melhor obra até então, mas as boas histórias devem vir na sequência desta epopéia!
NOIZE: Quem aí canta no chuveiro? E o quê?
Eduardo Praça: Sempre alguma música que está na cabeça, nada muito especial e espalhafatoso! Faz muito bem para os dias de show, você chega mais à vontade e bem humorado!
NOIZE: A pergunta de sempre (desculpe ae). Influências?
Eduardo Praça: São tantas! Em Barcelona foi uma loucura, escutamos de Vinícius e Stravinsky, até Wilco e Jorge Ben. No geral, sempre ficamos com algo mais experimental, Brian Jonestown Massacre, Atlas Sound ou algo clássico como Lennon ou nosso xodó, Aphrodite’s Child.
NOIZE: O que o público que ainda não conhece vocês pode esperar do show de hoje? E o que conhece?
Eduardo Praça: O público pode esperar pessoas inspiradas, desesperadas a passar seus sentimentos da maneira mais climática possível.
* Em 2011 o EP com apenas duas canções foi eleito segundo melhor lançamento nacional pela MTV Brasil.
Se tiver mais de 5 minutos, fica aqui.
E dá o play em um doc sobre o disco:
E no curta metragem Hemea, de Daniel Barosa feito a partir da canção “Zoroastro”.
Que alias é esta aqui.