Exclusivo | Bruno Berle apresenta clipe inédito da faixa “Quero Dizer”

05/07/2022

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Gabriela Amorim

Por: Gabriela Amorim

Fotos: Marina Zabenzi/Divulgação

05/07/2022

Bruno Berle, 28, estava em sua residência na capital paulista quando entrou na chamada de vídeo pelo celular. Com a bandeira do Flamengo pendurada em sua parede — mesmo se dizendo corintiano, o artista alagoano comentou sobre sua trajetória profissional e consequentemente sobre seu trabalho mais recente, o disco No Reino dos Afetos (2022), lançado na última sexta-feira (01). 

Divulgado pelo selo londrino Far Out Recordings, o álbum transita por diferentes estilos, com qualidade sonora de um pop lo-fi, conhecido por ser gravações caseiras com arranjos discretos. O artista também se inspirou pelo highlife, gênero musical africano de Gana, além de R&B, de uma maneira muito sensível nas 12 faixas divulgadas, sendo cinco delas gravadas com produção musical orquestrada pelo artista com o amigo alagoano Leonardo Costa Acioli, ou Batata Boy

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“Faz parte desse processo de escolher a música pelo sentimento da coisa e nem tanto pela sonoridade da parada.”, diz Bruno Berle. (Foto: Marina Zabenzi/Divulgação)

“O processo de produção do disco foi natural, a gente gravou com as coisas que a gente tinha, era a forma que todos nós em Maceió e região costumávamos gravar, de modo caseiro, porque era o que tinha no momento. Eu já tinha alguma experiência e Batata tinha alguns equipamentos, nesse meio tempo, nós começamos a nos interessar muito por vinil, a achar bonito a estética e o jeito que soava, e começamos a pensar nesses equipamentos analógicos e o que estava dentro do nosso alcance.”

Prosseguindo por uma nova fase de sua carreira, o artista gravou “O Nome do Meu Amor” e “Arraiada” em seu telefone pessoal, enquanto a música “Beat 1” foi gravada, em 2019, através de uma produção com fitas. “Faz parte desse processo de escolher a música pelo sentimento da coisa e nem tanto pela sonoridade da parada. Acho que hoje em dia a gente tem muitos recursos que conseguem consertar várias coisas, limpar várias ideias, então acho que fica mais fácil para a gente escolher a coisa certa, com o sentimento certo e consertar depois, do que fazer a melhor gravação do mundo, todo preocupado”, assume. 
Em exclusividade para a NOIZE, o artista disponibilizou o videoclipe da música “Quero Dizer”, feito pela produtora Sentimental Filmes, com direção de Marina Zabenzi e direção de arte de Pedro Rodrigues: “Nessa música, eu vejo o Brasil nos acordes, na harmonia, no violão, e vejo Estados Unidos na batida e na voz, com uma influência forte do R&B”, disse o artista. Confira abaixo o clipe:

Sob estética minimalista, Berle esteve presente pela primeira vez em um estúdio de filmagens, e se apresentou sozinho no vídeo, de pouco mais de quatro minutos de duração, gravado no final de maio. “Foi uma das melhores experiências, porque tinha muita gente, câmera e espaço fodas, foi muito intenso e muito aprendizado por estar em um set de filmagem e ser dirigido. Trabalhar com Zabenzi também foi incrível, nossa parceria tem sido muito foda”, afirmou.

Vivendo em São Paulo desde novembro passado, após retornar para Maceió quando a pandemia iniciou, em 2020, o cantor, compositor e multi-instrumentista comenta sobre a amizade de quase oito anos com o produtor Batata Boy: “Um amigo de Maceió, que tinha uma banda, me mostrou um vídeo dele e disse: ‘Olha esse cara, como ele toca bem bateria, como ele é cheio de vontade’. E ele continua do mesmo jeito, cheio de vontade, de fazer a música dele acontecer, de colocar as coisas para frente e trabalhar junto. A gente está junto desde o primeiro registro dele [Batata Boy] que foi um EP maravilhoso, com 6 faixas. Ele fez quando tinha 17 anos e eu adoro, toquei baixo em uma coisa ou outra, cantei em uma música. Lembrança & Viva (2019) foi um projeto que comecei com ele, de cantar em cima de beats que ele fazia e até hoje é essa mesma história, nós temos muitas músicas que não soltamos, coisas novas que estamos fazendo. Trabalhar com ele é muito foda, ele é super talentoso e visionário, sinto que temos muito para fazer ainda.”

O círculo de amizades no meio musical tem influenciado Berle a alçar novos voos. Sua participação no Festival Carambola em agosto passado, em formato online, quando se apresentou ao lado da carioca Dora Morelenbaum, coincidiu com o momento de assinar o contrato com o selo londrino. “No evento, conheci também Julia Mestre e Zé Ibarra, que foram para lá [Maceió] se apresentarem também, até cruzei recentemente com Jonathan Ferr, que também estava lá, porém só fomos nos aproximar mais agora. Durante minha mudança para o Sudeste do país, me aproximei de Guilherme Lirio, baterista de Ana Frango Elétrico, que foi outra pessoa com quem me aproximei, começamos a trocar ideias e a fazer e pensar música juntos”. 

(Foto: Marina Zabenzi/Divulgação)

Sua proximidade com Ana vem se mostrando em algumas partes de seu projeto, como, por exemplo, a artista ser a responsável pela foto da capa do disco lançado. Em criações futuras, um de seus próximos passos é lançar um álbum pelo selo Coala Records, o mesmo da banda carioca Bala Desejo, com possível produção colaborativa de Ana Frango Elétrico e Batata Boy: “Com Ana, a gente se tornou muito amigo e tem planejado muita coisa. O meu próximo álbum, a ideia é ser produzido por Ana e Batata, temos conversado muito, com muitas referências sendo trocadas, e muita intimidade. Passei um tempo no Rio de Janeiro com ela e, durante um rolê na praia, ela tirou essa foto minha. Quando vimos, sentimos que essa seria a capa do meu disco”. 

Independente dos rumos que a trajetória de Bruno Berle der continuidade, o artista exibe desenvoltura com uma sensibilidade necessária para se fazer um trabalho sincero. Tendo como referência artistas que vão de Frank Ocean a João Gilberto, o jovem se encontra cada vez mais com sua própria identidade sonora: “A minha fé na música é muito grande”, afirma.

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05/07/2022

Gabriela Amorim

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