Exclusivo | Galega abre faixa a faixa o seu disco de estreia: “Galega Hits”

26/01/2018

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Jorge Bispo/Divulgação

26/01/2018

Uma trama de ficção e realidade é tecida por Galega em seu disco de estreia, Galega Hits. Ao longo das dez faixas, atriz e cantora Karine Carvalho (a Galega) passeia por seu cosmos particular, viajando entre devaneios filosóficos e beats dançantes.

Lançado pelo selo Rock It!, o álbum reúne uma constelação de músicos impressionante, incluindo Fabrizio Moretti (do The Strokes e Little Joy) e Pupillo (da Nação Zumbi).

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Abaixo, Galega comenta as dez composições que fez para o Galega Hits e a sonoridade que elas acabaram desenvolvendo. Mergulhe:

1) “Só”

Essa música foi uma das primeiras do disco. Eu tinha uma ideia de melodia na cabeça que me lembrava muito Cyndi Lauper, fui na casa do Chiquinho, tecladista do Mombojó, em São Paulo, pra ele me ajudar a desenvolver, mas aí o China, que é parceiro da galera, chegou no estúdio e rapidamente me ajudou a escrever a primeira estrofe da letra, dando o pontapé inicial que eu precisava . Daí em casa já terminei o resto da letra que faltava . Depois, quando cheguei no Rio , o Gabriel Bubu, que foi o primeiro produtor do disco, harmonizou e organizou a bagunça.

2) Só Mesmo Amor

No início do processo de composição desse disco, eu e Leo Moretti trabalhávamos na casa dele, mais precisamente num quarto/estúdio onde a gente ensaia até hoje. Começamos a trabalhar nessa música, escrevi a letra super rápido, e o Fab Moretti nos ajudou definindo melhor a melodia no refrão. O baixo do Bubu ajudou a dar o suíngue pros sintetizadores e guitarras do Eduardo Manso, que também produziu o disco.

3) Mundo Kaos

Essa letra eu escrevi de uma vez só, queria falar um pouco no nosso tempo, do Kaos e do Carnaval dessa vida loka, e sobretudo da esperança de que as coisas vão melhorar. No início, ela só tinha duas estrofes, mas a gente estava no estúdio do [selo] Rock It!, já na fase final de composição, enquanto o [Eduardo] Manso gravava os sintetizadores, o Estevão Casé, que também produziu o disco, me pediu para escrever mais uma estrofe, e eu escrevi ali mesmo aos 45 do segundo tempo.

4) Porque Não

Saber quando liderar, quando seguir, quando esperar a vida se impor, acho que essa é a grande sabedoria. Resolvi falar nessa letra sobre o quanto o sonho é destino e até que ponto nossa vida está nas nossas mãos. Compus primeiro a melodia do refrão, que, no meu caso, vem sempre junto com a letra. Eu me lembro de estar no meio da rua, subindo a ladeira da minha antiga casa, quando fiz o refrão: “No caminho aberto a contra mão, talvez sim, por que não? Eu não sei o que vai ser. No caminho aberto, a contra mão, talvez sim, por que não, eu não sei, quem vai saber”. Depois, o Leo Moretti me ajudou a fechar a música, juntamente com guitarras do Gustavo Benjão, Bubu, e ainda um Fender VI do Manso.

5) Tanto Faz

Essa é uma parceria minha com os irmãos Moretti. Fab e Leo trabalharam muito essa música comigo, essa com certeza foi a música que mais trabalhamos no disco. Escrevi a letra, mas o Fab sugeriu alguns cortes e também me treinou na maneira de cantar, além de gravar a bateria, guitarra, e sintetizadores. Ele gravava lá em Nova York, onde mora, mandava pra gente, e a gente se comunicava por Facetime. Depois, quando ele veio pro Brasil, aproveitamos para fazer um intensivo no quarto/estúdio do irmão e, por fim, ainda teve guitarras e sintetizadores do Leo e do Manso.

6) Bêbado

Fiz essa letra em Fortaleza, num domingo depois de uma situação familiar delicada, triste. Eu fui tomar um banho para descomprimir e veio a letra e melodia de uma vez, sentada no box do chuveiro. É mesmo surpreendente como a música pode te libertar, ou transformar seus sentimentos em algo melhor, uma espécie de terapia, uma catarse. Fab Moretti gravou a bateria que eu adoro e soa bem diferente, e uma guitarra também. Leo fez o baixo, além de guitarra e Manso fez os sintetizadores e mais uma guitarra.

7) Vai que dá

Na minha essência mais íntima, sou uma criatura do Amor com uma dose grande de sobriedade oculta, talvez esse seja um dos motivos que me leva a me apegar tanto às pessoas e aos sentimentos que vivi. Nessa letra falo um pouco sobre libertar-se do passado para viver tudo que está por vir. O Jonas Sá fez os beats, o Bubu como sempre arrasou no baixo e o Manso finalizou com sintetizadores e guitarras.

8) Karma

A Astrologia é a temática dessa canção, escrevi depois de uma sessão de Mapa Astral e queria falar sobre como os planetas exercem um efeito sobre a nossa vida e sobre aceitar o Karma como forma de evolução. Aprendizado e autoconhecimento. O Pupillo gravou a bateria e programações, o Gabriel Bubu é meu parceiro na composição da música, além de gravar guitarra e baixo, e o Leo gravou os sintetizadores.

9) Simples sim

Essa é uma parceria minha e do Samuel Fraga. Ele me mostrou uma base dele e eu fiz a melodia e letra na hora. Depois, quando cheguei no estúdio com o Gabriel Bubu, ele se empolgou com a bateria e programações do Samuel e gravou a guitarra e o baixo. Abordei nessa letra a velocidade dos nossos tempos, e a minha dificuldade de acompanhar o ritmo frenético que o advento tecnológico nos impõe, fazendo com que as relações pareçam mais difíceis do que de fato são. O Amor pode ser menos complexo e líquido, e tudo pode ser “Simples sim”.

10) Me cansei

Essa talvez seja minha música mais feminista, meu discurso direto rompe com o silêncio da mulher e fala da legítima importância do combate ao medo e a resignação feminina. O direito e lugar de fala da mulher e seu protagonismo. Parceria minha com o Leo, que fez os beats e o baixo, o Estevão Casé gravou sintetizador e o Manso também, além de guitarras.

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26/01/2018

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Ariel Fagundes

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