Confirmada no line up do terceiro Gop Tun Festival, que acontecerá neste sábado, 20/4, em São Paulo, a DJ Cashu, nome artístico de Carol Schutzer, é figura carimbada na noite paulistana. Há dez anos, ela pesquisa as vertentes do techno e de sonoridades undergrounds. Como produtora cultural, encabeça a Mamba Negra, uma das festas mais tradicionais da cidade.
Neste ano, ela já tem um roteiro montado do que não vai perder no evento: “Quero ver o b2b da Eris Drew e Octo Octa, e da Roza Terenzi e ISAbella, os sets da DJ Marcelle e da Helena Hauff, além dos meus brasileiros do coração – CRAZED, Kontronatura e Herrensauna“.
Na primeira edição do festival, Cashu tocou ao lado da DJ Kenya20HZ, repetindo uma parceria que havia sido firmada no estúdio da rádio Veneno Live. A conexão foi instantânea: “O b2b vai de acordo como eu sinto a identidade da pessoa que está comigo, seleciono os pontos em comum nas nossas pesquisas.”
Após uma década agitando as pistas do país e do exterior, a artista enxerga os sets caminhando para novas direções sonoras: “Estou pirando em ritmos mais percussivos, com uma pegada latina e brasileira”, afirma. No entanto, essas vertentes são aglutinadas dentro da sua identidade calcada em ritmos acelerados. “Misturo tudo, tenho voltado para o techno hipnótico, mas também vou para aqueles com uma estrutura menos tradicional, mais esquistos.”
No primeiro Gop Tun Festival, em 2022, você fez um B2B com a Kenya20HZ. O que você se lembra dessa experiência?
Foi incrível esse set com a Kenya. Nós já havíamos tocado juntas numa Veneno Live, tinha sido totalmente por ocasião, não havíamos treinado juntas, apenas batemos um papo sobre o que estávamos pensando e a pesquisa de ambas se encontrou num lugar muito legal. Tocamos muito DnB, techno e breaks. Como esse set tinha sido transmitido, aí veio o convite da Gop Tun de fazermos esse B2B no festival, e foi muito legal repetir essa dose para um público maior. Como já havíamos tido uma primeira experiência juntas, já sabíamos mais ou menos coisas da pesquisa que se encaixavam e o resto foi tudo fluindo com a energia da pista. Acho que ambas temos uma pesquisa bem aberta sonoramente, mas mais voltada para uma pista de techno. Eu acredito que o que nos aproxima é o techno com graves bem marcados e distorções. Enquanto eu trazia mais melodias e liquidez em alguns momentos, a Kenya ia mais para um lado mais sério do sound design, o que dava um equilíbrio ótimo para o set.
O que você está preparando para a apresentação desta edição? Há alguma track que você está ansiosa para estrear?
Nossa, sim, quero muito conseguir tocar “Lip Flip (ft. LOFT)” da Aya. Olha, às vezes, os meus sets são uma surpresa até pra mim. Eu seleciono de forma muito abrangente as tracks e deixo para sentir e construir na hora. Quando eu estou em tours tocando muito de sexta a domingo, os sets tem uma pesquisa meio parecida, porque às vezes no meio das viagens não dá para fazer uma seleção específica para cada apresentação. O bom disso é que por estar tocando muito você passa a conhecer bem as músicas, e saber qual vai bem com qual. Mas, esses meses em que eu estou mais tranquila aqui no Brasil, eu não tenho um set muito definido, então vai ser uma descoberta até para mim, muitas tracks novas que eu ainda não tive oportunidade de tocar e muita experimentação. Essa fase é ótima para mim como artista, é desafiador é fresh é único, vem somente do feeling.
Nesses mais de 10 anos como DJ, como você enxerga as mudanças de sonoridades na sua pesquisa? Quais ritmos mais lhe interessam no momento?
Muitas, eu mudei bastante. Quando comecei, tinha uma pesquisa mais voltada ao low bpm e deep techno, tentava fazer coisas mais percussivas, mas eu não tinha bagagem suficiente para isso – acho que nem era muito o que estava sendo produzido na época. No momento, eu estou pirando mais em ritmos mais percussivos, uma pegada mais latina, brasileira, mas não faço set só disso, misturo tudo, tenho voltado muito pro techno mais mental e hipnótico, mas também vou para aqueles com uma estrutura menos tradicional, mais esquisitos.
Como as experiências e trocas no exterior influenciam a sua pesquisa musical?
Influenciam muito porque para além de ver o que outros DJs do mundo inteiro tocam, que vira e mexe abre a cabeça para muitas outras sonoridades, tem o fato das pistas e festas serem muito diferentes do Brasil. Principalmente na Alemanha, por exemplo, que é muito techno, foi me fazendo ter muita pesquisa de techno e BPMs acelerados. Ao longo dos anos, fui pegando mais o jeito de manter o som sempre high energy por conta das experiências lá fora. Aqui no Brasil, tenho que pesquisar muito house, porque clubs e festas que eu toco em São Paulo são mais voltados para essa vertente.
Timetable Gop Tun Festival 2024:
Main Stage
15h – Mary Roman
17h – Paulete Lindacelva
19h – Bárbara Boeing
21h – Gop Tun DJs
23h – Octave One (live)
00h30 – Octo Octa & Eris Drew
03h – Roza Terenzi b2b ISAbella
05h30 – Palms Trax
Palco Supernova
17h – Peroni
19h – Capetini
21h – Ananda
23h – Cashu
01h – Helena Hauff
03h – Surgeon
05h – Herrensauna (CEM & MCMLXXXV)
Danceteria
16h – Gustavo Keno b2b Lucian Fernandes
18h30 – Kauan Marco (live)
20h – Carlim
22h – Kornél Kovács
00h30 – Larissa Jennings b2b Bea Ferretti
02h30 – Tornado Wallace
05h – Craig Ouar b2b Simon
Palco Não Existe
17h – Benjamim Sallum
19h – FELIX
20h30 – L’Homme Statue
21h30 – DJ Marcelle
23h30 – Marie Davidson (live)
00h30 – CRAZED (BR)
02h – Kontronatura
03h30 – DJ Gigola
Serviço Gop Tun Festival 2024:
Data: 20 de abril de 2024
Horário: 15h às 8h
Endereço: Rua Comendador Nestor Pereira, 33 – Canindé, Live Stage Canindé – São Paulo – SP
Ingressos: aqui
LEIA MAIS