Um dos melhores nomes da cena curitibana, Lemoskine estreou em julho deste ano Pangea I Palace II, seu segundo disco, orgânico e multicolor. O compositor lança hoje mais uma etapa do projeto: um crowdfunding no Catarse que irá arrecadar fundos para a prensagem do disco.
O single “Pedra Furada” já havia ganhado uma lindíssima versão limitada em compacto lo-fi feito de policarbonato. Rodrigo Lemos, ou Lemoskine, nos contou nesta entrevista exclusiva sobre seu desejo de lançar o disco novo em vinil. Com o financiamento coletivo, o LP de Pangea I Palace II será uma realidade. Colabore aqui com o projeto.
Pra entrar ainda mais no mundo de Lemoskine e seu novo álbum, assista ao vídeo do crowdfunding e logo abaixo veja o faixa a faixa de Pangea I Palace II:
Faixa a Faixa Pangea I Palace II
“Nesse Lugar”
Escolhi essa para abrir pois é uma canção carregada de coletividade, apesar do discurso ser em primeira pessoa… Após repetir, repetir e repetir, me parece que fica um aviso de que o álbum discorrerá sobre sermos – uma pequena – parte do todo.
“Palmeiras Imperiais”
Essa é uma de minhas favoritas em texto e sonoridade… Tem participação do Pedro Pelotas (Cachorro Grande), Artur Roman e Wonder Bettin (Esperanza) num coro que insere uma música incidental – “Sem Porquê”, do próprio Esperanza.
“Um Salve”
A essa altura, já dá para sacar que estou apostando em ritmo nessa nova fase. Nos últimos anos, estive muito colado em coletâneas de dub, roots reggae, e esse groove nasceu sob tal influência, e ganhou “a cereja do bolo” quando o Lauro (o trombone da Trombone de Frutas) trouxe um sopro meio embriagado. A melodia é uma espécie de homenagem minha a Jorge Ben…
“Pedra Furada”
O primeiro single a ser lançado. Já ganhou clipe e tudo… Surgiu durante uma viagem que fiz com amigos ao interior do Tocantins, no Jalapão. Acho que tanto o teor sensorial da letra quanto a sonoridade bem sincopada representam bem o que as pessoas irão encontrar no álbum.
“Plantado em Fel”
“Brasil é pau, é pedra, é tudo o que já resistiu… e ainda está.” Aqui é dureza… É a parcela Palace II se mostrando mais presente.
“Pirão”
Um ritmo quebradão… 14/8. Aqui tem um coro com participação da Banda Gentileza, o Will França (Colorphonic), a Michelle Pucci e até o meu pai, Seu Mizael. Foi ele quem me apresentou este provérbio sobre seleção natural (ou avareza, dependendo do contexto): “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.
“O Que Eles Têm”
Mais uma representante da parcela Palace II. Foi uma canção que nasceu em meio a acontecimentos políticos recentes e também foi apresentada um pouco antes do álbum ser lançado. A levada do Luís (Bourscheidt, baterista) acrescentou a ela um tom blues afro, bem obscuro, com umas pancadas eventuais.
“Erosão”
Talvez a parte mais romântica do repertório. Estabelece semelhanças entre as relações humanas e os fenômenos naturais.
“Âncora Abre Alas”
Outro som que pairou sobre mim durante a concepção do álbum foi o Modern Vampires Of The City (2013), do Vampire Weekend. Eles roubaram o frevo da gente; eu quis tomar de volta, nesta canção narrada da perspectiva de um carro alegórico.
“Um Negócio”
Última faixa a entrar. Fala de espera, justiça e continuidade… Achei conveniente que ficasse no fim do álbum. Tem um solo super shred latino do Teagá Ramalho (Trombone de Frutas); um dos grandes mestres dessa nova geração de artistas locais que deve ganhar o mundo!