Curitiba guarda um tesouro chamado Rodrigo Lemos, ou melhor, Lemoskine. O eu-lírico do músico lança no dia 20 de julho seu segundo disco, Pangea I Palace II, e hoje os groves e as batidas secas do single “Pedra Furada” ganham o clipe que você assiste com exclusividade pela NOIZE.
Permeando a cena curitibana há algum tempo, Lemos tem deixado seu projeto solo cada vez mais orgânico desde o primeiro EP em 2010. Ele está ainda mais próximo de sua natureza em Pangea I Palace II. “Pedra Furada” foi a primeira faixa do álbum revelada, seguida da carregada “O Que Eles Têm”. É uma canção solar e seu o vídeo chega com a fluidez que acompanha o ritmo de Lemoskine:
Como Rodrigo Lemos nos conta na entrevista abaixo, Pangea I Palace II chega com participações de outros artistas e bandas de Curitiba. O show de lançamento do disco está marcado para dia 23 de julho, às 20h, no Teatro Sesc da Esquina (Rua Visconde do Rio Branco, 969). Os ingressos vão estar à venda na bilheteria do Teatro uma hora antes do show por R$ 5 (comerciários e dependentes), R$ 10 (estudantes e acima de 60 anos) e R$ 20 (não comerciários). É possível comprar ingresso antecipado pelo telefone (041) 3304-2222.
O clipe de “Pedra Furada” e a capa do disco parecem ter a mesma inspiração. Como esses materiais que se misturam se relacionam com a ideia do disco como um todo?
Sabe que não parei pra pensar se isso tinha alguma relação palpável com a música? Mas se fosse definir de modo sinestésico, eu diria que esse novo lançamento tem mais cor, enquanto o anterior é bastante monocromático. Acho que a capa do álbum é uma obra (“Galáxia”, do Gustavo Francesconi) bem impressionante. Para mim, é como se remetesse à força de fenômenos naturais. O clipe de “Pedra Furada” parece levar essa ideia de “força da transformação” para um plano quase microscópico, através de experiências dessas de feira de ciências…
“O Que Eles Têm” e “Pedra Furada” mostram a dualidade do seu disco que aparece desde o título. Essa dualidade foi surgindo durante as gravações ou já era uma ideia que você tinha pro álbum?
Era uma ideia inicial, sim. Quando reuni o repertório percebi que parte das canções tinham um lado menos narrativo e bem mais sensorial acerca da nossa relação com o mundo; enquanto outras exerciam uma espécie de autocrítica a partir da mesma relação. Isso foi me despertando um sentimento de “o passado longínquo que não pudemos presenciar” versus “o que fazemos enquanto estamos por aqui”.
Existe algo em comum que amarra as composições de Pangea I Palace II?
Acho que o ponto comum é que, mesmo quando uso a primeira pessoa, não estou falando de mim… Esse é um disco sobre “nós”.
Curitiba está sendo bem representada esse ano com os lançamentos que estão chegando, como o seu. Da cena que você vive, como funciona a coletividade entre as bandas?
Há um sentimento geral de brodagem. É muito revigorante ter um novo lançamento que vem acompanhado de outros lançamentos… porque eu venho da geração da década passada, em que estávamos aprendendo todos juntos, nos observando, etc. No álbum novo, conto com a participação de amigos dessa época – como a Banda Gentileza e o Esperanza – além de seguir ao lado do Luís Bourscheidt (batera da Banda Mais Bonita da Cidade), do João Marcelo (baixista e diretor do clipe de “Pedra Furada” junto com Bernardo Rocha e Rosano Mauro Jr.), ao mesmo tempo que trago parte do Trombone de Frutas como banda de apoio, fazendo uma ponte com o que está rolando agora. Já conversamos sobre aproximar os lançamentos através de uma tour coletiva; tipo compre 1 leve 3. Vamos ver se rola a partir do segundo semestre.
“Pedra Furada” foi lançada em compacto lo-fi e, se tudo der certo, o seu novo disco será lançado o vinil também. Lançar seu projeto solo em vinil era um desejo antigo?
Com certeza. O compacto lo-fi foi uma primeira experiência, que deu muito certo, mas só pôde contemplar poucas pessoas (teve uma tiragem limitada de apenas 20 unidades). Estou bastante confiante para uma campanha de crowdfunding a partir do mês que vêm. A ideia é entregar esse material pro público no formato LP até o fim do ano.