Registros sobre a vida e a música de Johnny Cash é o que não faltam. Mas mesmo com tantas biografias, nunca vamos saber tudo o que aconteceu nos 71 anos que Cash viveu. A obra “Johnny Cash: The Life” foi publicada na semana passada pelo crítico e escritor norte-americano Robert Hilburn, que procurou preencher os espaços vazios deixados pelas biografias e autobiografias anteriores.
Ao conversar com o empresário de longa data de Cash, Lou Robin, o crítico do jornal Los Angeles Times ouviu que cerca de 80% da história de Homem de Preto havia sido contada. Hilburn então foi atrás desses 20% que faltavam. Em “Johnny Cash: The Life”, o escritor conseguiu contar, no mínimo, mais 5% da história de Cash, descrevendo seus altos e baixos com detalhes.
Você acha que conhece Johnny Cash? Confere a lista abaixo com 10 verdades sobre o Homem de Preto que estão reunidas na biografia escrita por Robert Hilburn e saiba se você realmente sabe sobre a vida de Cash:
1 – Ele era fascinado pelo monstro do filme “Frankenstein”
Formado de partes ruins, mas tentando ser bom, o monstro do “Frankenstein” era um personagem simpático para Cash;
2 – Ele já esteve envolvido em, pelo menos, um episódio de racismo
Conhecido por defender as minorias, uma vez Johnny Cash esteve envolvido em um ato de racismo contra um soldado negro que estava andando com uma mulher branca. Cash se explicou depois, dizendo que esse resquício de intolerância veio de sua criação na zona rural do Arkansas, e que ele nunca odiou os negros;
3 – Ele adorava fazer piada
Cash nomeou a primeira filha que teve com sua primeira mulher, Vivian Liberto, de Rosanne, ou seja, a união dos nomes que ele deu aos peitos de Vivian: Rose e Anne;
4 – Ele era muito religioso
Mesmo que a gravadora Sun não estivesse interessada em gravar músicas que falassem sobre espiritualidade, Cash encontrou um jeito de colocar um pouco de Deus no seu primeiro single, “I Walk the Line”. A música normalmente é interpretada como uma jura de lealdade à sua primeira esposa, Vivian Liberto, mas para Cash ela tem dois sentidos;
5 – Ele era prático
Esqueça as justificativas da música “Man In Black” para Cash estar sempre de terno preto. Sabe por que o Homem de Preto adorava usar ternos? Simplesmente porque era mais fácil mantê-los limpos durante as longas turnês;
6 – O casamento dele com June Carter não foi sempre bem visto
Quando Cash começou a se envolver com June, ainda casado com Vivian, alguns amigos viam Carter como uma Yoko Ono country;
7 – Ele pode ter mentido sobre uma de suas tentativas de parar com as drogas
Em 1968, Cash tentou parar com as drogas diversas vezes. Em uma última tentativa, ele diz ter se deitado em uma caverna próxima ao rio Tennesse para esperar sua morte. Exausto e por um fio, ele diz ter sentido a presença de Deus, que o ajudou a sair da caverna, levá-lo de volta para casa e deixar as drogas. Robert Hilburn comenta no livro que essa mesma caverna que Cash cita estava embaixo d’água no mesmo dia que Cash diz que o episódio aconteceu. Será que Cash deixou mesmo as drogas na época ou mentiu para que June se sentisse melhor?
8 – Ele quase começou uma rebelião em uma das cadeias em que se apresento
No final dos anos 50, Cash começou a fazer shows em prisões norte-americanas. Na primeira dessas apresentações, na San Quentin State Prison, ele tocou duas versões de uma mesma música feita para a prisão. Na letra, Cash cantava: “San Quentin, eu odeio cada pedaço de você!”. Seu produtor na época, Bob Johnston, disse que Cash percebeu que bastava ele falar “Vamos lá!” que estava pronta a rebelião na prisão de San Quentin;
9 – Ele não foi ver a chegada de helicóptero de Kris Kristofferson em sua casa
Kris Kristofferson foi uma dos artistas que estavam no início da carreira e foram convidados ao programa de Cash, The Johnny Cash Show. Uma vez, o amigo foi visitar Cash em sua casa. Ele chegou de helicóptero, e reza a lenda que Cash estava esperando Kris com uma cerveja em uma mão e o demo de “Sunday Mornin’ Comin’ Down” na outra. Mas Kris confirma que Cash sequer saiu de casa para receber o amigo;
10 – Ele chegou a pensar que ninguém ouviria sua música depois de sua morte
Foi o produtor Rick Rubin que ajudou Cash a se lembrar que ele tinha um legado a deixar e sua música seria ouvida por muitos anos. Foi Rick quem também ajudou Cash a ressurgir no início dos anos 90, produzindo os álbuns “American Recordings” e “Unchained”.