_entrevista por Tomás Bello
Em meados de fevereiro ele causou furor por aqui ao acusar Madonna, a rainha das pistas, de plágio. Dias depois, colocou Vagner Love na pista pra dançar mashups em pleno carnaval carioca. Hoje, trabalha em um disco novo e mora em Londres, muito longe de sua terra natal, o Rio.
No Dia Mundial do DJ, a NOIZE promoveu um “mashup verbal” com João Brasil, um dos djs brasileiros mais consagrados na gringa. Teve mulher com cerveja, praia com neve e NOIZE com festa.
A princípio, tudo a ver. Não?
NOIZE: João, aquela história da Madonna ter plagiado “L.O.V.E. Banana” já é caso arquivado, né?!
JB: Sim. Paz total.
Mas deve ter sido um choque (no bom sentido) ver que ela tava copiando algo seu. Tipo, é a Madonna (!!!). O que você diria pra ela se a encontrasse no lobby do hotel amanhã de manhã?
JB: L.O.V.E. U Madonna.
Rolou alguma aproximação do pessoal dela em algum sentido, quem sabe pra fazer alguma parceria no futuro em vez de te plagiar (risos)?
JB: Ainda não. Espero que role.
Em 2010 causou alvoroço o seu projeto 365 Mashups. No ano passado veio “L.O.V.E Bananas” e a trilha do Reveillon carioca, talvez os seus maiores destaques em 2011. Agora, 2012 tá começando… o que anda nos planos do João Brasil?
JB: Vou começar a fazer meu disco novo em duas semanas, lanço ele ainda esse ano. Vou fazer um disco autoral com mentalidade e espírito de mashup.
Você toca em festas na Bélgica, Londres, Colômbia e Brasil. Toca em clubs, na Sapucaí, em festa de fim de ano de empresa e BBB. Existe uma fórmula diferente pra cada uma dessas ocasiões ou é tudo festa e ponto final?
JB: Tem pequenas variações, na Europa toco um pouco mais pesado. Lugares quentes pedem músicas mais leves. Porém sempre o clima é de festa. Gosto de anarquia na pista.
E o sexo oposto, diria que o Brasil está realmente bem servido (como adoram dizer por aí)? Afinal você circula o mundo inteiro, deve ter uma boa amostragem…
JB: As mulheres brasileiras são as mais sensuais, sem dúvida.
Quem empolgou mais o camarote da Brahma, você ou a paradona da Mangueira?
JB: Haha! A paradona foi demais! Eu estava do lado da bateria na hora. Eu empolguei bastante o camarote também, principalmente o Vagner Love que era só sorriso perto da cabine.
Se você tivesse que fazer um mashup agora, tipo 1min pra ligar o computador e começar a coisa. Como seria?
JB: Algo com pagode dos anos 90 e Schlachthofbronx (duo alemão).
Acha que essa cultura do mashup é mesmo a cara dos anos 2000? Miscigenação, mistura musical e cultural, quebra de fronteiras, tecnologia…
JB: Acho que sim, principalmente por causa da inclusão digital, o barateamento de softwares e computadores fizeram toda a diferença.
Pelo que sei, você continua morando em Londres. Existe lugar melhor que o Brasil? Pô, você é carioca, e o Rio é quase um paraíso…
JB: Para mim o Brasil é o melhor lugar do mundo, principalmente o Rio, lugar onde nasci e morei maior parte da minha vida. Londres é a cidade com maior diversidade musical do mundo, para mim está sendo uma experiência fantástica. Ainda fico em Londres esse ano, vão rolar vários eventos por causa dos jogos olímpicos. Gosto de morar em lugares diferentes, estou pensando em morar em Miami no ano que vem (risos).
Pra terminar: festa na sua casa, você é o DJ, a bebida tá gelada e você pode convidar quem quiser. Quem estaria na pista de dança?
JB: Meus amigos e a galera da Noize (risos).
@eusoutomasbello É jornalista e Editor da NOIZE.