MV Bill é um dos rappers mais bem sucedidos do Brasil. Com cinco discos de estúdio e milhões de cópias vendidas em todo país, o carioca deixou o complexo de favelas Cidade de Deus para se tornar uma das grandes referências do gênero, tanto por suas músicas como pelos seus trabalhos sociais.
Todos os cantores da nova geração do hip hop veem MV Bill como uma influência. E ninguém melhor do que o criador de músicas como “Soldado do Morro” e “Só Deus Pode me Julgar” para analisar o atual cenário do rap no Brasil, que aos poucos vem deixando de ser um movimento unicamente do underground para ocupar espaços mais privilegiados, seja nas rádios FMs ou até mesmo na trilha sonora das novelas globais.
“O Brasil é um país que tem dimensões de um continente. Então, se você for ver, as questões musicais vão se variando, de acordo com cada região do país. É difícil você determinar qual vai ser o ritmo brasileiro que vai identificar o rap nacional. Nos Estados Unidos, por muito tempo, foi uma conexão com o funk, com o soul, com a black music. No Brasil também, mas agora ele está começando a buscar a sua cara”.
E foi para identificar por onde anda o rap brasileiro que pedimos para MV Bill nos dizer quais são as suas três principais apostas:
RAPadura
“O RAPadura é um cara que é do Ceará, que faz um rap diferenciado por conta das influências dele. Essas influências acabam trazendo uma nova sonoridade, e eu acho que o hip hop precisa muito disso, precisa de uma diversidade. Eu sei que o rap é um gênero único, bem uniforme. Mas são boas essas variações, essas gratas variações”.
Maíra Freitas
“A Maíra Freitas é uma mina, filha do Martinho da Vila, de um terreno sambista, mas que bebeu muito da fonte do jazz. Ela estudou música, é pianista, então ela tem o poder de pegar clássicos do samba, por exemplo, e transformar em versões jazzísticas. Foi assim que eu a conheci, foi assim que eu descobri o trabalho dela”.
Amiri
“O Amiri é um maluco de São Paulo que faz um trabalho de rap quase teatral. Ele faz vozes e vai imitando outras pessoas dentro da música. Nas músicas dele, ele conversa com ele mesmo, à medida que ele faz a voz de um outro personagem. O Amiri é um moleque bem criativo que eu acho que bastante pessoas vão querer conhecer o trabalho dele”.
E você, apostaria em algum outro nome?