A The Go-Go’s ficou conhecida nos anos 80 como a primeira banda formada por mulheres que tocam e cantam as próprias composições a chegar ao topo das paradas musicais. Depois de longos períodos em hiato, o grupo anunciou o retorno com o single “Club Zero”, lançado no dia 31 de julho.
A data também marca o lançamento do documentário do canal Showtime “The Go-Go’s”, ainda sem data para lançamento por aqui. A responsável pela direção do filme é a australiana Alison Elwood, idealizadora de projetos documentais sobre a banda The Eagles, o psicodélico Ken Kesey e o escritor Hunter S. Thompson.
O filme foi exibido pela primeira vez no Festival de Sundance em janeiro, rendendo boas críticas na mídia gringa e aquecendo de vez o clima para o comeback do grupo precursor da new wave. Formada em 1978 na cena punk californiana, a The Go-Go’s foi lançada ao estrelato na década seguinte com três discos que ajudariam a moldar a estética da época – Beauty and The Beat (1981), Vacation (1982) e Talk Show (1985).
Depois de uma série de desentendimentos, abuso de substâncias, entre outros problemas, a banda parou de se apresentar em 1985. Inclusive, poucos meses depois da apresentação na primeira edição do Rock In Rio.
Elas tentaram comebacks na metade dos anos 90 e no nício dos anos 2000, que rendeu o disco God Bless The Go-Go’s (2001) e uma porção de shows comemorativos.
Encontro do punk com o pop
As integrantes da The Go-Go’s viveram a cena punk de Los Angeles do final dos anos 70, onde bandas como X e The Germs começavam a surgir. Em 1978, a dupla Belinda Carlisle (vocal) e Jane Wiedlin (guitarra) decidiram começar um novo projeto, o embrião da The Go-Go’s mas elas não sabiam tocar nenhum instrumento.
Aos poucos, se apaixonaram pelo novo hobby, e logo chegaram as novas integrantes. Veio então a guitarrista Charlotte Caffey, a baterista Gina Shock e a baixista Kathy Valentine. A formação completa consolidou o som pop ensolarado, responsável por hits como “Our Lips Are Sealed”e “Head Over Heels”. A mistura do pop com punk resultou na estética new wave, recheada de músicas dançantes com sintetizadores.
Na época, algumas bandas formadas por integrantes mulheres já haviam conquistado espaço, mas não o sucesso de vendas. Havia grupos como as americanas The Runaways e Fanny, e a inglesa The Slits. E também as frontwomans Patti Smith, Pat Benatar, Stevie Knicks, Debbie Harry e Chrissie Hynde.