Vocal do Dead Kennedys, fundador de uma gravadora independente, ativista político e candidato à presidência dos Estados Unidos. Jello Biafra é único. Com uma atitude inconfundível, o cara chocou toda uma geração que não esperava encontrar o que ele fazia em suas músicas: confronto. Irreverência, independência e shows assustadores. Tem tudo pra entrar na lista Lost, vê mais o porquê.
Leia entrevista exclusiva com Jello Biafra.
Dead Kennedys faz turnê pelo Brasil.
A Dead Kennedys, começou em 1978 em Los Angeles e logo no caminho ao primeiro show em Nova Iorque, Jello chamou atenção por ter que retirar todos seus anéis, correntes, metais e até uma coleira para poder passar no detector de metais do aeroporto.
Dentre os seus sucessos: “California Über Alles”, “Holiday In Cambodia” e ”Jesus Was A Terrorist”, que pregava a anarquia e o fim da igreja, com muita ironia e humor negro, típico do cara.
O primeiro single foi lançado pela gravadora da banda, Alternative Tentacles, ” Eu escolhi o nome e o East Bay Ray (ex-guitarrista do Dead Kennedys) trabalhou duro para fazer e vender alguns discos. Éramos nós dois, mas ele resolveu sair quando percebeu que a gravadora não seria grande e nem faria dinheiro fácil. Foi a melhor coisa que ele fez para mim em anos!”, conta Jello que até hoje mantém o selo independente.
A banda entrou em decadência após o lançamento de Frankenchrist, que continha no encarte ilustrações de pênis e vaginas, feitas por um artista Suíço, H.R. Giger. A polícia não curtiu muito e alegou que a banda estava fazendo distribuição de pornografia para menores.
Depois de dois anos em processo a banda teve as cópias do disco apreendidas e entrou em recesso em 1986. Logo após ter lançado o último álbum de estúdio da banda, Bedtime For Democracy.
Mal saem desse processo, já entra outro, só que contra nosso querido loster Jello. Dessa vez é a própria já ex-banda que entra na justiça. É que o cara lançou em 1987 a coletânea Give Me Convenience Or Give Me Death, uma compilação de sucessos do Dead Kenndys, e não pagou devidamente os direitos autorias aos outros integrantes. Desde então ele não tem mais controle sobre o material da banda, mesmo sendo o compositor da maioria das músicas.
Hoje a banda continua fazendo shows, sem os vocais ou sequer a amizade de Jello.E tem até show previsto para abril no Brasil, com o vocalista Skip.
Em 1988, Jello criou a banda Lard com a qual lançou quatro álbuns, o último em 2000. Hoje em dia, Jello faz turnê com a Guantanamo School of Medicine, que chegou a passar pelo Brasil no ano passado.
E mesmo já tendo passado dos 50, o cara continua se metendo em confusões: teve ossos quebrados, ligamentos e meniscos rompidos durante um ataque, “Fui atacado por valentões que acharam que eu era um vendido. Ironicamente, alguns meses antes eu havia sido ridicularizado pelos ex-membros gananciosos do Dead Kennedys por não ser vendido.”
Incompreendido, audacioso e enérgico, Jello continua perigoso e por isso tá na lista Lost.