Por dentro dos festivais: saiba como foi a quinta edição do Queremos!

18/04/2024

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Lucas Vieira

Por: Lucas Vieira

Fotos: Divulgação/ Patrick Sister

18/04/2024

A quinta edição do Queremos! Festival aconteceu na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, no último sábado, 13 de abril. Celebrando a diversidade da música contemporânea, o evento apresentou programação que incluiu artistas de gêneros como indie, jazz, rap e MPB.O line up se dividiu em dois palcos, com atrações nacionais e internacionais em performances memoráveis, marcadas também por sua pontualidade. Veja a nossa lista com cinco shows marcantes da quinta edição do Queremos! Festival:

Adi Oasis

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Com o groove de seu baixo e o poder da sua voz, apoiada pela bateria enérgica de DRUVVY e os sons múltiplos dos teclados de Ben Jamal Hoffmann, Adi Oasis fez a plateia dançar ao som de muito soul e funk.

No palco, a artista esbanjou carisma e virtuosismo tanto no instrumento, quanto na voz. Com repertório baseado majoritariamente em seu álbum mais recente, Lotus Glow (2023), a cantora incluiu no setlist uma versão de “Onda”, clássico da black music nacional eternizado por Cassiano no disco Cuban Soul: 18 Kilates (1976). Um show para olhos, ouvidos e quadris.

Alfa Mist

Passagens instrumentais marcantes, solos vibrantes de trompete, viradas pesadas de bateria, fraseados melódicos de guitarra, o timbre inconfundível do piano elétrico e um contrabaixo que fez as caixas de som do festival tremerem marcaram o show do pianista Alfa Mist, que tocou em formato de quinteto.

Embora o virtuosismo dos músicos tenha sido brilhante, arrancando aplausos da plateia após os solos, o momento mais marcante do show foi a apresentação da faixa “Aged Eyes”, cantada pela baixista Kaya Thomas-Dyke. Um dos artistas mais esperados pelo público, o jazzista entregou uma performance memorável.

Devendra Banhart

Após sete anos sem tocar no Brasil, Devendra Banhart retornou em grande estilo, com seu som indie de repertório dividido entre momentos para dançar e outros para viajar. Com um vestido de cortes retos, o artista apresentou faixas de seu álbum mais recente, Flying Wig (2023), além de clássicos de diversas fases de sua carreira e até covers de Madonna (“Don’t Tell Me”, cantada pela tecladista Sofia Arreguin) e da canção popular “Marinheiro Só”.

Durante o show, Devendra conversou por várias vezes com a plateia. Misturando inglês e portunhol, convocou um momento de respiração e relaxamento, pediu para que as pessoas olhassem para a “lua doce” que fazia naquela noite, aceitou pedidos de músicas do público e até convidou uma fã que viveu uma história inusitada em sua última vinda ao Brasil para cantar uma música. Sem dúvidas, a apresentação foi um dos pontos altos do Palco Bosque.

Djavan

Levando ao Queremos! o show da turnê “D”, Djavan fez uma apresentação impecável, testemunhada pela plateia mais cheia do festival. No palco, o artista estava completamente à vontade. Acompanhado por banda experiente e muito técnica, o artista dançou, se desfez de casacos, vestiu boné e óculos escuros e interagiu bastante com o público.

O show teve início com gravação de manifesto lido por Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas no Brasil. No telão, pinturas de artistas indígenas e urbanos eram exibidos ao longo do show. O público cantou do início ao fim o repertório repleto de clássicos da carreira de Djavan. Em muitos momentos, o cantor foi aplaudido no início, no meio e no final das músicas.

O momento em que Djavan sentou-se e cantou “Meu Bem Querer” sozinho ao violão, dedicando a canção a todas as minorias, foi o ponto alto do show, em que um mar de celulares subiu para registrar a performance intimista. Com quase duas horas de apresentação, Djavan entregou uma noite inesquecível.

Lenine e Suzano

Lenine e Suzano levaram a energia que gerou Olho de Peixe há 30 anos. Celebrando a data, a dupla se apresentou em um encontro histórico ao lado de Carlos Malta (sopros), Negadeza e Raquel Coutinho (vozes e percussões), Jovi Joviniano e Gabriel Policarpo (percussões). Com arranjos fiéis à gravação original, a apresentação agitou a plateia, que passou o show inteiro cantando e dançando.

A sintonia entre os músicos e os diálogos entre flauta e violão foram os destaques do show. Marcos Suzano liderou os instrumentos rítmicos e, em muitos momentos, soava como uma bateria inteira sozinho, apenas com o pandeiro nas mãos. Com “Leão do Norte”, a dupla levou a plateia ao delírio. O show terminou com “Hoje Eu Quero Sair Só” e o medley “Pernambuco Falando Para O Mundo”. No encerramento, a animação feita a partir da capa do disco deu lugar a duas telas que exibiram os créditos dos autores das canções, instrumentistas e equipe técnica, prática que deveria ser adotada por todos os artistas.

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18/04/2024

Lucas Vieira

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