Foi em clima de “emoções” que Marcelo Camelo fez o primeiro show de sua carreira solo, nesta sexta (19), no festival No Ar Coquetel Molotov, no Recife. O cantor e compositor provocou uma mistura de euforia e caos na estréia ao vivo de seu disco, “Sou”, para cerca de 3.000 pessoas que lotaram o auditório da Universidade Federal de Pernambuco. Detalhe: a maioria delas sabia de cor todas as novas letras.
Camelo subiu ao palco sozinho, acompanhado apenas de um violão. Os primeiros versos da inédita “Téo e gaivota” mal puderam ser ouvidos, tal o alvoroço da platéia. Não demorou muito, porém, para que os gritos histéricos virassem uma onda sonora entoando o mesmo hino, como nos velhos tempos de Los Hermanos. A satisfação do músico estava estampada em seu rosto. “Tinha de ser aqui, tinha de ser hoje, tinha de ser no Recife e tinha de ser com vocês”, comemorou.
Sempre econômico nas palavras, Camelo não poupou comentários durante a apresentação, surpreso ao ver o público tão afiado. “A alegria de estar com vocês não tem medida, não há palavra que caiba aqui. Que saudades que eu estava”, derreteu-se. O auge da “fofura” foi quando a cantora Mallu Magalhães, que se apresenta na segunda noite do festival, subiu ao palco na hora da faixa “Janta”.
“Ela mudou o meu jeito de ouvir música e de ver a vida”, disparou o cantor. Só que as lágrimas foram mais fortes e quase não deixaram a adolescente cantar. “Eu não conseguia parar de chorar”, lamentou-se, mais tarde, a cantora no backstage. Além de mimada com abraços e beijinhos, ela ainda foi homenageada quando Camelo cantou “Tchubaruba”, que virou hit na internet.
Além da canção “Morena”, em dueto com a artista mirim, Camelo relembrou da fase Los Hermanos a bela “Pois é” e a menos conhecida “Liberdade” – todas recebidas com igual fervor pelos fãs com seus arranjos diferentes. A festiva “Copacabana”, do álbum solo, encerrou a apresentação em clima de carnaval e Chico Buarque. Marcelo Camelo, é claro, saiu ovacionado. E esse foi só o começo.