_por Patricia Spier
_fotos Samuel Esteves
O palco do último dia do festival ‘O Fim do Mundo, Enfim’ estava nervoso. E o público também. Não era pra menos: as bandas escolhidas para o sábado foram Questions, Invasores de Cérebro, do insano vocalista Ariel, e Ratos de Porão, de João Gordo.
Questions não parou um segundo. Rapidez e quebradeira na bateria. O vocalista Edu pedia roda e era atendido de prontidão. Na seqüência, Invasores fez um dos shows mais escrachados do festival. O líder Ariel abriu a apresentação falando: “fim do mundo é o c*#@*, estamos apenas começando”. Dava gargalhadas irônicas e lembrava histórias sobre regime militar. Pois ‘O Fim do Mundo, Enfim’ celebra os 30 anos do movimento punk no Brasil. O mesmo festival conheceu em 1982, no mesmo local, ainda na ditadura. Na época, o nome dado foi ‘O Começo do Fim do Mundo’.
Ratos de Porão encerrou a noite com a pancadaria geral (no bom sentido). Os clássicos executáveis para um repertório razoavelmente curto foram tocados, como “Morte ao Rei”, “Aids, Pop, Repressão” e “Anarkophobia”.
Nos bastidores, João Gordo estava com seu filho pequeno Pietro. O menino ficou sentado na escada de acesso ao palco durante todo o show. Várias vezes, entre as músicas e fora do microfone, João olhava pra ele e gritava: “E aí, meu. Tudo certo?” Ele respondia de volta: “Tudo!”.
E o hardcore seguia…