Quem nunca sonhou em ver um show perto de casa? Em 2010, o Queremos! surgiu do desejo de um grupo de amigos que resolveram sonhar juntos: Bruno Natal, Tiago Lins, Pedro Seiler, Felipe Continentino e Pedro Garcia queriam ver suas bandas preferidas ao vivo e decidiram colocar a mão na massa para fazer acontecer. A crença no financiamento coletivo e na possibilidade de realizar shows através de crowdfunding, fez da plataforma uma referência de inovação e sucesso, tanto no Brasil quanto no mercado internacional.
Com sedes em Nova York e no Rio de Janeiro, Queremos! já viabilizou mais de 80 shows internacionais e está prestes a comemorar seu aniversário de cinco anos com uma festão e um livro que reúne as ilustrações de todos os cartazes dos eventos. Trocamos uma ideia com Bruno Natal, Co-fundador e Diretor Criativo da empresa, leia abaixo.
O Queremos é uma plataforma que mostra a força da mobilização social online para um objetivo offline. Como vocês sentem que as pessoas transitam entre os dois universos?
É esse é o nosso objetivo. Acho que é exatamente por aí, transpor do online para o offline. O offline tem muito disso né, de mobilizações que acabam não tendo nenhum efeito prático. Claro que acabam levantando questões, mas quando passam para a vida real, ou patinam, ou não dão em nada. Acho que no nosso caso a mobilizacão mesmo é offline, o online é só o canal.
Vocês surgiram com uma proposta inovadora em um mercado que já tinha seus atores. Qual é o papel de vocês na indústria da música?
O nosso papel acabou sendo de promotor, só que começamos sem ter capital de giro ou muita experiência no meio (só um dos sócios tinha um pouco de conhecimento). A diferença é que fizemos isso coletivamente, junto com o público. A nossa inovação está na articulação destes dois pontos: a nossa estratégia de promoção é muito ligada a estratégia de comunicação. Pra poder promover um show é preciso que o público se mobilize e viralize cada ideia. Acho que amarrar essas duas coisas nos fez crescer e ter a tração que temos hoje.
Sem os mesmos riscos que o processo normal teria, né?
É, no começo sim. Mas tinham alguns riscos que tínhamos que correr sim, pois se você agenda uma banda e o show não acontece, você precisa pagar uma multa. Os outros riscos a gente corre e continua correndo igual, por que ainda sim, quando contratamos um show, se não vendemos uma quantidade xis de ingressos, perdemos dinheiro.
Então vocês mudaram o modelo de negócio?
Já tivemos dois formatos. Antes, quando o show não acontecia, a devolvíamos o valor que as pessoas pagavam pelo ingresso. Hoje já é um pouco diferente. A gente mobiliza as pessoas online e identifica os pedidos dos shows da nossa plataforma. Então quando temos alguma oportunidade de fazer um show, já sabemos exatamente o que as pessoas gostariam de ver, conseguimos entrar em contato com eles diretamente, e dependendo do volume interessados cadastrados, nos sentimos menos ou mais confortáveis em contratar um show. Essas pessoas hoje em dia pagam menos pelos ingressos, mas ao mesmo tempo proporcionam a possibilidade de prospectarmos mais shows, sem o “atraso” normal dos outros promotores, isso nos deixa mais leves para realizar os eventos.
Mesmo com a alta do dólar os show internacionais continuam chegando ao Brasil. Isso está influenciando muito no trabalho de vocês?
Muito, está sendo bem ruim. Pra esse ano ainda temos muitos shows, nos próximos três meses teremos nove eventos. Só que as parcelas de pagamentos futuros, com a alta do dólar, ficarão muito mais caras. Ainda temos esses shows por que foram contratados antes. Agora não sei como isso vai ficar em 2016.
E o livro, como surgiu a ideia?.
A gente sempre teve vontade de juntar toda a nossa história em um lugar só. Até pra apresentar para outros artistas, servir como um catálogo. O livro conceitualmente é lindo e reúne todos os cartazes dos shows que realizamos ao longo destes cinco anos. São obras grandes e colecionáveis que você também pode enquadrar. Veja aqui.
E que bandas vocês pessoalmente ainda querem trazer?
Pô, tem um monte! Stevie Wonder, Phoenix (nem sei se queremos mais tanto), Wilco, Kendrik Lamar, Beirut (tentamos e cancelou) e Foals (a gente ia trazer mas acabaram de cancelar). O Chemical Brothers é um show que a gente sempre quis muito trazer e é a maior banda que já trabalhamos, com eles a gente sai do parâmetro underground.
Se você está no Rio, ainda pode ir na festa, que além de 12 Dj’s, ainda conta com a participação especial da dupla Rhye.
Queremos 5 anos – A FESTA
Data: 12.11. 2015
Horário: 20h (abertura da casa)
Local: Sacadura 154 (R. Sacadura Cabral 154, Centro. Rio de Janeiro)
Preço: R$ 100 (para estudantes e quem doar 1kg de alimento).
Line UP: Rhye (Live) • Nepal • Zeh Pretim • Zedoroque • João Brasil • Omulu • Leo Justi • Marcelinho da Lua • Satta • Cadinho • Rapha Lima • Yugo • Nado Leal • Calbuque • Cix & Yasmin • Filipe Raposo • Pino • Andrei Yurievitch • Fernando Schlaepfer • Rodrigo Esper • Thiago Burgos • Bruno Natal • Pedro Seiler • Tomás Pinheiro
Vendas pelo site www.queremos.com.br e hoje, na bilheteria, a partir das 21h.