No dia 2 de outubro de 1992, há exatos 25 anos, uma ação da Polícia Militar de São Paulo foi tão brutal que ganhou o nome de Massacre do Carandiru. Com o objetivo de conter uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo (apelidada de Carandiru), dezenas de policiais invadiram o local tornando-se responsáveis pelas mortes de 111 detentos.
A brutalidade dos do episódio histórico deixou uma cicatriz aberta que somente a arte foi capaz de ajudar a curar.
Confira abaixo cinco exemplos de músicas feitas em homenagem à tragédia:
Caetano Veloso e Gilberto Gil- “Haiti”
Lançada no álbum Tropicália 2 (1993), um ano após o massacre, a faixa traz os seguintes versos: “E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo / Diante da chacina / 111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos / Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres / E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos”.
Racionais MC´s – “Diário De Um Detento”
Um dos grandes sucessos de Sobrevivendo No Inferno (1997), essa faixa traz uma letra baseada nos diários de um ex-detento chamado Jocenir. “Era a brecha que o Sistema queria, avise o IML, chegou o grande dia” é apenas um dos versos pesados que se espalham pelos oito minutos de duração da música. Seu clipe ganhou os prêmios de “Melhor Vídeo de Rap” e “Clipe do Ano” no Video Music Brasil 1998, da MTV, e ajudou a ampliar o alcance do som do Racionais nos anos seguintes.
Sepultura – “Manifest”
Cerca de um ano após o incidente, saiu o quinto disco de estúdio do Sepultura, Chaos A.D. (1993), com essa faixa violentíssima. Ao longo de toda letra, Max Cavalera descreve a ação policial em detalhes:
Sabotage – “O Retorno”
Essa é uma faixa póstuma do rapper lançada na coletânea Uma Luz Que nunca Irá Se Apagar (2002). Nela, Sabotage canta: “Outra versão, Pavilhão 9, eu vou citar pra vocês / Que os mandantes da chacina ficaram no caso / Sendo tirados de otários, pra todos, acasalados / E nunca são julgados atrás de quem se esconde / Não vão pagar pelo massacre dos 111 / Pois é assim que eles enganam o povo a todo tempo / Pela contagem dos presos se foram embora 300 detentos”.
Facção Central – “Roleta Macabra”
Uma das faixas de um dos discos mais sangrentos do rap nacional, o CD duplo O Espetáculo do Circo dos Horrores (2006). Aqui, os versos são pura agressividade: “Pra Anistia Internacional, a polícia brasileira / É a que mais executa no planeta / O covarde que fuzila 111 no Carandirú / À paisana, anda com a funcional no cu”.