Samuel de Saboia estreia na música; assista ao clipe

17/01/2025

Powered by WP Bannerize

Avatar photo

Por: Damy Coelho

Fotos: Divulgação/Mar+Vin

17/01/2025

Nascido em 1997, Samuel de Samboia é muitos. Nas artes plásticas, se destaca como o mais jovem a integrar o acervo do Los Angeles Contemporary Art Museum (LACMA). Na moda, colabora para a famosa marca japonesa Comme des Garçons e tem parcerias com a British Vogue.

As expressões desse multiartista enveredam, ainda, para a performance, o vídeo e, mais recentemente, a música — isso, se considerar os lançamentos oficiais, já que ele sempre esteve conectado à canção. Primeiro, na igreja, onde aprendeu a tocar e cantar desde muito cedo. Depois, foi desenvolvendo sua própria linguagem musical, que mistura a subjetividade de sentimentos profundos às raízes pernambucanas e brasileiras, e se inspira por nomes que vão de Gal Costa a David Bowie.

*

Nesta semana, lançou sua primeira canção, “Rei de Nada”, com direito a videoclipe que você assiste abaixo. Em um bate-papo com a Noize, Samuel conta que essas diferentes manifestações artísticas saem de uma mesma fonte de inspiração: ele canta, performa e escreve aquilo que sente.

“Rei de Nada”, ele conta, veio de uma temporada no carnaval de Salvador, quando buscava inspiração para uma exposição e já idealizava o primeiro disco. Nesse meio tempo, se deparou com um antigo amor, enfrentou a perda de um amigo e lidou com sua espiritualidade. Tudo isso foi força motriz para a visceralidade da canção, que conta com a colaboração dos Zelo Cristaldo, que traz a sonoridade da viola caipira, Tom dos Reis, no baixo e Thomas Harres, na bateria.

A faixa, acústica e minimalista nos arranjos, não economiza na performance e na forma como Samuel se entrega para o canto. Já o clipe, dirigido por ele em parceria com Breno Moreira, mistura memórias e reencontros, evocando uma estética atemporal em preto e branco. Assista:

Do Recife para o mundo, Samuel segue rompendo barreiras. Confira nossa entrevista sobre o atual momento do artista na música.

Como seus processos artísticos se entrelaçam? Ao pintar ou escrever a letra de uma canção, você sente que as inspirações vêm do mesmo lugar?

A fonte é a mesma, sem fim e com muitos caminhos. Eu pinto aquilo que eu sinto, eu canto aquilo que eu vivo. Tem dias que tudo é uníssono, tem horas em que a canção me acomoda e consola bem mais. A música perpassa o momento, enquanto a pintura pede de mim o tempo de uma vida.

Quando você começou a fazer música e quando sentiu que era o momento de se lançar para uma carreira solo?

Eu cantei e toquei na igreja junto aos meus pais por muitos anos, tempo em que a música “do mundo” era o grande tabu. Foi ao sair de casa, aos 17 anos, que fui encontrando a voz e o poder para falar daquilo que me faz humano. Achei uma proximidade com Deus e com o que é belo uma vez que tirei de mim os filtros.

“Rei de Nada” surge de um processo íntimo que envolve nostalgia, solitude e melancolia. Como esses sentimentos deram vazão para a música? Compartilhe um pouco com a gente deste processo criativo específico.

Essa canção começa em meu ateliê no Santo Antônio, em Salvador. Tinha um piano desafinado na ponta da sala, e acho que ele mimicava como eu estava me sentindo. A frase inicial abriu a porta, e aí chorei e cantei o que tinha ali dentro. Foi assim que nasceu e, dois anos depois, agora meus sentimentos têm forma, assim como minha voz.

Como se deu a escolha dos instrumentos – que deixaram a faixa com um tom ainda mais intimista – e dos colaboradores desta canção?

Eu fui para meu primeiro lugar musical, que foi a igreja, onde sempre tem um momento entre canções para reflexão. Esse momento é de onde nascem os improvisos. Cada instrumento adicionado tem razão e espaço para contar sua própria história. Primeiro, o piano, gravado na casa de Iuna Falcão, uma amiga e cantora fenomenal. Depois, vieram as guitarras de Lucas Cavallin e a viola de Zelo. Eu gravei o piano final no estúdio Trampolim e aí entra Tom dos Reis com o baixo e o magnífico Thomas Harres com a bateria. Victor dos Anjos foi nosso engenheiro de som e, juntos, produzimos esta faixa que abre minha carreira musical.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Samuel de Saboia (@samueldesaboia)

Música e moda são tópicos que se entrelaçam, principalmente quando pensamos na performance de palco. Quais artistas mais te inspiram quando o assunto é juntar essas duas manifestações artísticas?

Gal e Gil pela presença e o movimento do corpo. Tina Turner e Bowie por serem como cometas de energia e brilho. Eu amo esses seres que decidem ser reflexos elétricos daquilo que cantam.

Você já idealizou como serão suas performances ao vivo deste álbum, pensando neste aspecto figurino/cenário/performance?

Tudo está desenhado e embalado em brilho e graça. Eu entrei em estado de liberdade obsessiva. Fico indo ao estúdio para cantar e me sentir um com o microfone. Meu joelho pagou o preço, mas nada mais me para nesse palco. Cores quentes e voz rasgando, tudo o que tem que vir vai agora existir.

Tags:,

17/01/2025

Avatar photo

Damy Coelho