No ano em que ele ressuscita, através de Raul – O início, o Fim e o Meio, doc dirigido por Walter Carvalho, a gente também entra no clima. E toca Raul.
Porque é segunda-feira, um feriado bate à porta, então nada melhor que entrar a semana ao som do maluco-beleza.
No embalo de Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, a gente montou a trilha sonora da sua semana.
Abre o baú, a vitrola, e bora dançar o rock ‘n’ roll. Afinal, a Noize #52 te mostra porque esse tal de rock nem existiria por aqui não fosse um cara chamado Raul Seixas. Pra explicar porque a própria mãe do cara o achava “um menino quieto, do tipo perigoso”.
Segunda-feira: “Eu Não Quero Dizer Nada”
O final de semana foi forte? Ressaca moral? Tudo bem, passou.
Terça-feira: “Êta Vida”
E não é? É feriado, mas ainda falta tanto pra próxima sexta.
Quarta-feira: “Sessão das 10”
Afinal, é o dia do sofá.
Quinta-feira: “Aos Trancos e Barrancos”
E tem como se sentir diferente?
Sexta-feira: “Todo Mundo Tá Feliz”
Até o chefe tá batendo o pezinho debaixo da mesa.
Sábado: “Eu Vou Botar Pra Ferver”
Sem mais. Aqui você já esqueceu da segunda passada.
Domingo: “Chorinho Inconsequente”
Aqui você lembrou.
Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 foi gravado quando Raulzito saiu pela segunda vez de Salvador em direção ao Rio de Janeiro. Quando foi tentar a sorte outra vez. Aqui como produtor da gravadora CBS, lá no início dos anos 70.
Cansado de viver na sombra, de ver suas letras gravadas por gente da Jovem Guarda, Raul aproveitou uma viagem do chefão pra dar vida ao histórico álbum.
O próprio Raul te explica:
“Em 1971 eu fui expulso da CBS, eu trabalhava como produtor. O diretor me expulsou porque eu fiz um LP chamado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10. É um disco que tinha… Foram quatro pessoas que participaram desse disco – Eu, Sérgio Sampayo, Míriam Batucada e Edy – naquele tempo era Edy, agora é Edy Star.
Esse disco era um disco engraçado, não tinha nada demais. Mas a própria CBS não gostou. Aproveitei uma viagem do diretor pros Estados Unidos e fiz o LP. Custou 23 milhões. Porque a linha da CBS é aquela linha – como é que eles chamam? – Zé Povinho. Isso aqui é uma fábrica de vender ilusões, tem que vender. Aí eu saí da fábrica de vender ilusões, entrei no iêiê realista. Fiz o LP.
O disco não vendeu nada, desapareceu misteriosamente do mercado, ninguém sabe o que aconteceu.”
O depoimento acima é parte de “Monólogo”, a sexta faixa do álbum póstumo de Raul Se o Rádio não Toca…, que foi gravado em 1974 e lançado em 94.
Na Noize #52, mais histórias sobre o ínicio, o fim e o meio de Raul Seixas. Cola aqui!