A música perdeu mais uma estrela em maio: a cantora Tina Turner faleceu aos 83 ontem, quarta-feira, 25/3. Assim como a nossa Rita Lee, a estadunidense era considerada uma rainha do rock e uma artista que extrapolou os limites impostos pela sociedade para alcançar fama e sucesso no mainstream. Diga-se de passagem, ela era um furacão em uma época extremamente conservadora.
Tina sobreviveu ao relacionamento abusivo com Ike Turner, seu marido durante 12 anos. Do divórcio em 1978, ela não quis nada, apenas o direito de manter o nome artístico. Nascida Anna Mae Bullock em 1939 no Tennessee, ela conheceu o músico aos 22 anos, e logo passaram a gravar e a fazer shows juntos. O duo Ike & Tina Revue mudou a paisagem da música entre os anos 1960 e 1970 com faixas como “A Fool in Love”, “River Deep, Mountain High” e “Proud Mary”.
Ao embarcar em carreira solo em 1974, a artista se tornou um fenômeno pop com alcance mundial, especialmente após o lançamento da sequência de álbuns “Private Dancer” (1984), “Break Every Rule” (1986) e “What’s Love Got to Do with It” (1993). Em 1985, ela estrelou o filme “Mad Max”, onde contracenou com Mel Gibson e emplacou a música “We Don’t Need Another Hero” na trilha sonora do filme. Essa não foi a primeira vez dela no cinema, uma década antes, ela participou do épico “Tommy”, o filme experimental do The Who.
Com mais de 60 anos de carreira, Tina venceu oito estatuetas do Grammy – foi indicada 25 vezes – e quebrou diversos recordes. Em 1988, realizou um show antológico no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, para estima-se que 180 mil pessoas. O Guinness reconheceu a cantora como a artista solo que mais vendeu ingressos na história, em 2000, a turnê do disco “Twenty Four Seven” (1999) faturou mais de $100 milhões em ingressos.
A história de vida de Tina apareceu no cinema em 1993, no filme “What’s Love Got to Do with It”, cujo roteiro foi baseado na autobiografia “I, Tina”, lançada em 1986. Desde 2018, o musical “Tina” está em cartaz na Broadway e em temporadas em capitais ao redor do mundo. Em 2021, no mesmo ano em que entrou pela segunda vez ao Rock and Roll Hall of Game – a primeira havia sido em 1991 –, a HBO lançou o documentário “Tina” recheado de imagens raras e depoimentos emocionantes.
Até 9 de julho, os paulistanos conseguem conferir a exposição fotográfica “Tina Turner: uma viagem para o futuro” no MIS. “Mesmo fazendo pesquisas e encontrando o nosso olhar para a mostra, a gente seguiu a narrativa dela, porque Tina é uma mulher que percebeu que contar a própria história seria a única forma de ter a história retratada com todas as nuances e não colocá-la em um único rótulo”, declarou a curadora Adriana Couto. São mais de 120 imagens de diferentes épocas da carreira solo de uma das cantoras mais bem sucedidas da história.
Inspiração para as gerações de artistas que vieram depois dela, Tina abriu portas, mas mais do que pioneira, ela foi icônica. Da voz ao cabelo, da dança ao jeito de se vestir, a cantora dava tudo de si. Veja 15 apresentações arrebatadoras de Tina Turner a seguir:
Tina e Ike Turner – “A Fool In Love” (1965)
Tina e Ike Turner – “Proud Mary” (1970)
Tina e Ike Turner – “Nutbush City Limits” (1973)
Cher e Tina Turner – Makin’ Music Is My Business (1977)
Tina Turner – “Acid Queen” (1978)
Rod Stewart e Tina Turner – “Get Back” e “Hot Legs” (1981)
Chuck Berry e Tina Turner – “Rock’n’roll music” (1982)
Tina Turner – “We Don’t Need Another Hero” (1985)
Tina Turner no Grammys em 1985
Mick Jagger e Tina Turner no Live Aid em 1985
Tina Turner no Rio de Janeiro em 1988
David Bowie e Tina Turner – “Tonight” (1988)
Tina Turner – “Addicted to Love” (1989)
Tina Turner – River Deep, Mountain High (1989)
Tina Turner – Let’s Stay Together (1990)
Tina Turner na turnê Wildest Dreams em 1996
Tina Turner – “Private Dancer” no estádio Wembley em 2000
Beyoncé e Tina Turner – “Proud Mary” no Grammy de 2008
Tina Turner – “The Best” em 2009
Tina Turner na turnê de 50 anos de carreira em 2009