5 fatos sobre o documentário do disco “Clube da Esquina”

01/04/2024

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Divulgação/ Juvenal Pereira

01/04/2024

Após estrear no Festival do Rio e da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o documentário “Nada Será Como Antes – A música do Clube da Esquina” entrou em cartaz na última sexta-feira, 28/3. O longa está sendo exibido nos cinemas de 20 cidades – Aracajú, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Niterói, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

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Com direção de Ana Rieper, o longa, que levou dez anos para ser finalizado, conta com entrevistas com os músicos do disco Clube da Esquina (1972) e amigos próximos. “Este poderia ser um filme sobre política, sobre amizade, sobre juventude, sobre a vida de músico, sobre poesia, sobre o Brasil. E todos temas que estão no filme. Mas, desde o início, entendemos que esse deveria ser um filme sobre música”, explica a diretora em nota à imprensa. 

Na época, Lô Borges tinha apenas 16 anos, mas já era parceiro de composição de Milton Nascimento, que descolou o estúdio e a gravadora para a concretização do projeto. Somaram-se a eles o irmão de Lô, Marcio Borges, além de Nivaldo Ornelas, Fernando Brant, Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva, Flavio Venturini e Wagner Tiso

A ideia do grupo nunca foi ter uma banda ou fazer shows, eles eram amigos que dividiam referências musicais. Ao longo de 70 minutos, o filme reconstitui o clima da época através de entrevistas e material de arquivo. Separamos 5 fatos sobre o documentário a seguir: 

Espontaneidade dos encontros

Com apenas 12 anos, Lô Borges conheceu Beto Guedes no centro de Belo Horizonte. Na época, Borges abordou Guedes com uma proposta: trocar o patinete por uma coleção de moedas. Foi assim que nasceu a amizade entre os músicos. Algum tempo depois, a mãe de Borges pediu para ele comprar leite e pão na padaria, e ao descer os 17 andares do edifício Levy, escutou a voz e o dedilhado do violão de Milton Nascimento. Não demorou muito para eles se encontrarem na esquina da rua Paraizópolis com a Divinópolis e fazerem um som. 

Espírito mineiro 

Para Marcio Borges, é evidente que o Clube da Esquina só foi possível graças a dois fatores principais: o cinema e o movimento estudantil. Os filmes da Nouvelle Vague inspiraram o imaginário dos músicos, assim como a política trouxe novas formas de ver a vida e a sociedade. 

Juventude em disputa

“Clube da esquina é o lugar onde os meninos se tornam homens”, explica Marcio Borges no filme. De forma metafórica, o coletivo representava a transição da adolescência para a vida adulta. 

Multifacetados e multiculturais 

Fruto da sua época, o Clube da Esquina carrega as referências dos músicos envolvidos. De um lado, o jazz de Miles Davis e John Coltrane, e a música clássica de Claude Debussy. Já no outro, Beatles e Genesis. Adicione a essa mistura: o choro, a música afro-brasileira, a música sacra mineira e a música cigana do leste europeu. 

Paisagens sonoras 

“Ninguém anda que nem um robô ou no compasso do metrônomo, a música também não deveria ser assim”, divide Beto Guedes. Para o músico, os compassos quebrados representam uma forma de encarar a música, que não deveria ser rígida, mas livre. Para completar, Toninho Horta comenta no filme como o disco traz as montanhas de Minas Gerais em seu andamento: “Não temos mar, então as melodias acentuadas são como as montanhas, cheias de subidas e descidas”. 

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