Ao longo das últimas três décadas, o rap se tornou um dos gêneros mais importantes da música mundial. No Brasil, o estilo adquiriu características próprias, com influências de ritmos nacionais, como o samba e o funk. O catálogo do NOIZE Record Club inclui alguns dos grandes nomes que fazem história na cultura hip hop brasileira.
Desde os precursores, como Marcelo D2 e MV Bill, que levantaram a bandeira do rap já nos anos 1990, passando pela geração paulistana que fez história nos anos 2010, com artistas como Criolo e Rael, os títulos entregues aos assinantes do clube formam um bom panorama do gênero no país.
Abaixo, confira a lista que preparamos com alguns dos álbuns que lançamos em vinil no NRC:
Marcelo D2 – A Procura da Batida Perfeita
Para alcançar a mistura da batida do rap com a do samba, as 11 faixas recorrem a samples de Paulinho da Viola, Antônio Carlos e Jocafi, Luiz Bonfá, Marku Ribas e João Nogueira e Zé Katimba. As percussões e violões unem-se aos scratches e o flow de D2 oscila entre a roda de rima e a roda de samba. Gravado em Los Angeles, foi produzido em conjunto com Mario Caldato Jr. e David “Marroquino” Corcos. Além dos feats com will.i.am (do Black Eyed Peas) e Stephan, há outras participações de peso, como Ivan Conti Mamão (do Azymuth), Seu Jorge, DJ Zegon, MC Marechal e DJ Nuts.
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MV Bill – Traficando Informação
As favelas são o centro, e os olhos estão voltados para a Cidade de Deus. É essa proposta do álbum Traficando Informação (1999), clássico do rap nacional. Produzido por MV Bill, Ice Blue e DJ Luciano, o disco foi eleito o Álbum do Ano e teve sua faixa “Soldado do Morro” escolhida a Música do Ano no Prêmio Hutúz de 2000. Na reedição do NOIZE Record Club, mantivemos o lado A com a mesma sequência do LP original, mas o lado B traz uma tracklist inédita: “De Homem Pra Homem”, “Um Crioulo Com Uma Arma”, “Marquinhos Cabeção” e “Pare de Babar”.
Don L – Roteiro Pra Aïnouz Vol. 2
Um dos melhores lançamentos de 2021, a obra do rapper cearense narra, através de lírica e flow únicos, explorando o uso do auto-tune e de coral de vozes, um universo fictício em que um grupo de guerrilha anticapitalista trava lutas vitoriosas. O discurso impactante é acompanhado por uma musicalidade ímpar, que mistura diversas vertentes do rap e se deixa influenciar por outros gêneros como o funk e a mpb. Com um álbum que nos convoca a imaginarmos novos mundos possíveis, Don L foi vencedor do Prêmio Arcanjo na categoria Disco do Ano e figurou na lista dos 50 Melhores Discos Nacionais da APCA.
Criolo – Sobre Viver
Com maior parte da produção sobre responsabilidade da dupla Tropkillaz, o álbum também conta com músicas produzidas por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral e pelo próprio Criolo. O disco ainda traz participações de Milton Nascimento, MC Hariel, Liniker, Jaques Morelenbaum, Maria Vilani e Mayara Andrade. No “Diário do Kaos” narrado por Criolo em Sobre Viver, há espaço para a denúncia contra a brutalidade que devasta o Brasil, mas também para a esperança, o amor e a ternura.
FBC – Padrim
Amor, dinheiro, violência, drogas, carreira: nada escapa ao flow e à caneta do belo-horizontino. Produzido em parceria com o beatmaker Go Dassisti, PADRIM traz feats como L7NNON, Ebony, BK e Luccas Carlos, e apresenta uma das músicas mais tocadas do artista, o lovesong “Se eu não te cantar”. No disco, o compositor costura o trap com o funk, usa riffs de guitarra e canta acompanhado de um violão, em faixa coproduzida por Gee Ferreira, do NX Zero.
Rael – Coisas do meu imaginário
O terceiro álbum da carreira solo do Rael foi produzido por Daniel Ganjaman e traz uma constelação de convidados especiais. A densidade de Chico César brilha na faixa “Quem Tem Fé”; já a amizade eterna com os ex-parceiros de Pentágono, Apolo e Massao, é celebrada em “Minha Lei”, que conta também com Ogi; e os laços de irmandade – sanguínea ou não – são honrados por Rael em “Papo Reto”, música na qual ele divide os vocais com seu irmão, Daniel Yorubá, e com a lenda do rap nacional Black Alien. Rael fez desse álbum um tratado pop afro-futurista capaz de fazer qualquer um dançar ao mesmo tempo em que pensa sobre o mundo.
Rico Dalasam – Dolores Dala Guardião do Alívio
O rapper paulistano apresenta aqui uma fábula que mistura os sabores amargos e doces que marcam a jornada de um coração preto, LGBTQIA+ e sul-americano. Composto originalmente por 11 faixas, o disco de Rico Dalasam ganha na edição especial do NOIZE Record Club uma faixa extra inédita e exclusiva: “Última Vez (Harpa versão)”. Produzido por Rico, o disco conta com a participação de artistas como Mahal Pita, Chibatinha (do ÀTTØØXXÁ) e Pedrowl