A história da música em outdoors

25/02/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

25/02/2013

Por Clarice Passos

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Já pensou andar na rua e, em vez de ver outdoors com propagando de construtoras e refrigerantes, conferir as capas dos discos que vão ser lançados? Pois é, era isso que rolava entre os anos 1960 e 1980, nos Estados Unidos, para a promoção de lançamentos do LPs.

O fotógrafo norte-americano Robert Landau se especializou em tirar fotos dos outdoors que ficavam numa das ruas mais famosas de Los Aangeles, a Sunset Trip. O cara começou como amador, até virar profissional. Agora, esses cliques foram reunidos no livro “Rock’n’Roll Billboards of the Sunset Strip”. Para saber mais sobre esse projeto, a gente conversou com o cara.

Quando que você começou a tirar fotos desses outdoors?
Na minha adolescência, no final dos anos 1960. Eu tinha 16 anos e havia conseguido a minha primeira câmera. Minha família morava numa rua perto da Sunset Strip. Quando eu ia tirar fotos, caminhava até lá para ver o que estava rolando. Meu olhar foi instantaneamente atraído para essas pinturas enormes de todos os discos de rock que estava escutando. Mesmo naquela época, me lembro de pensar quão surreal era ver John Lennon ou os Beatles em outdoors gigantescos a alguns passos da minha casa. Então, quando eu descobri que essas imagens eram pintadas à mão, porque eu via os caras que colocavam os outdoors os instalando e retocando os lascados, eu me tornei ainda mais maravilhado.

O que o inspirou a começar a tirar essas fotos?
Meu pai tinha uma galeria de arte em Los Angeles naquela época, e eu, desde cedo, fui exposto à arte e tinha uma apreciação de boas imagens. A pop art estava surgindo, e me parecia que estes outdoors criados e pintados à mão, muitos dos quais não tinham cópias de divulgação, representavam a arte da minha geração como qualquer outra coisa.

Qual é o seu favorito?
O que foi feito para uma gravação da rock ópera “Tommy”, do The Who, mas na performance da The London Symphony. Quem a criou foi o designer Tom Wilkes, que foi um grande designer e fez várias capas de discos famosas, incluindo “Haverst”, do Neil Young. No cartaz, são representadas duas enormes bolas de pinball cromadas com olhos, tudo num estilo muito afiado e real. Ele não tinha nenhuma palavra, e os olhos eram muito penetrantes, parecia que eles olhavam para o tráfego na Sunset Strip. Ninguém sabia para o que era a propagando, e eles paravam os carros para ficar olhando. Depois, pintaram o título do álbum, mas criou muito burburinho.

E a sua banda favorita de todos os tempos?
Naquele tempo, o Pink Floyd. Eles tinham uma qualidade mágica em sua banda, que era unificada nas suas apresentações teatrais e gráficas e também nas embalagens dos seus LPs e os outdoors.

Como você teve a ideia de fazer um livro com suas fotos?
A maioria das fotos foi tirada há 40 anos e estavam guardadas na minha prateleira em grandes cadernos. Alguns anos atrás, fui convidado a fazer uma apresentação com imagens de Los Angeles que ilustrassem o tema “LA que está desaparecendo”. Eu fotografei muitos elementos diferentes da paisagem urbana que eram efêmeros e incluí alguns outdoors. Aí, me toquei que poucas pessoas sabiam que eles existiram. Esta grande forma de arte comercial, que representou uma geração inteira, tinha sido testemunhada por poucas pessoas que estiveram em Sunset Strip naquela época. Aqueles outdoors ficavam lá por um mês e depois sumiam para dar lugar a outros, que eram pintados por cima. Foi somente neste momento que me ocorreu que isto era uma coisa que devia ser reconhecida e dividida num livro.

Hoje em dia, qual banda ou artista você acredita que teria um outdoor legal?
Atualmente, bandas usam videoclipes para transmitir sua imagem, então é difícil dizer quem teria um estilo visual forte para um outdoor com uma única imagem. Você acharia que alguém como a Lady Gaga poderia ter um outdoor incrível, mas tem um dela no meu livro, de um ano atrás, que é bem comum. Talvez alguém como o Daft Punk fizesse algo intrigante.

Você sente falta desse período, em que o rock era parte tão importante da nossa cultura?
Eu não sou nostálgico por esse período inicial, mas acho que é importante reconhecer uma grande arte, onde quer que ela exista e este foi um tempo único em que uma geração inteira parecia unificada por artistas e suas mensagens tanto musicais quanto visuais. Em meu livro, há um tipo de arte que poderia ter sido negligenciada ou completamente esquecidas, se não tivessem sido documentadas em fotografias.

O livro, lançado pela Angel City, ainda não está disponível no Brasil, mas pode ser comprado na Amazon. Além das imagens, cada foto conta com um texto explicativo.

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25/02/2013

Revista NOIZE

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