Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, BAGUM foi o indicado no BQVNC do Lado B da revista #128, que acompanha o vinil de “Milton”, do Milton Nascimento.
O nome BAGUM foi derivado da palavra “bagunça”, dando pistas de que ordem não é algo desejado no som do grupo soteropolitano formada por Pedro Oliveira (teclado, sintetizador e efeitos), Gabriel Burgos (bateria), Pedro Leonelli (guitarra) e Pedro Tourinho (baixo). Em seu penúltimo projeto, divulgado em agosto de 2022, a banda assinou parcerias musicais com VANDAL, Livia Nery e Paulo Pitta, que podem ser encontradas no EP 16 (2022). Já em agosto deste ano, o grupo lançou o EP Luzes/Deixa em parceria com a cantora Juniper.
Por onde começo? Pelo EP 16 (2022) e de preferência respeitando a ordem narrativa das músicas, não só desse trabalho, mas como de todos os outros. Para quem curte audiovisual, não deixe de apreciar o clipe de “Era Você e BIKINIH & CEROLH”, sim, são duas faixas em um único clipe, sob direção e roteiro de Alan dos Anjos e figurino de Bel Abreu. Siga para o EP Vento (2020), produzido por Diego Santos, e depois passe pelo EP Tecido (2018), produzido por Felipe Pomar. Por fim, assista ao curta “Vento”, disponível no Youtube, gravado na Ilha de Bom Jesus dos Passos, situada na Baía de Todos-os-Santos, e ao vídeo ”BAGUM & Letieres Leite”, gravado no Sesc Pelourinho, em 2019.
Mood: Sem amarras de identificação, o grupo realiza um jazz libertador adjunto de beats eletrônicos. Em seu caderno de referências, a BAGUM cita grandes exemplos da nova cena do jazz britânico, como Yussef Dayes, Mansur Brown e Ezra Collective, ao mesmo momento em que miram em nomes brasileiros como o pianista, tecladista e compositor Antonio Adolfo, a banda Som Imaginário e principalmente o maestro Letieres Leite, falecido em outubro de 2021. A vocalização em especial só foi aparecer no último projeto, aos anteriores ficava privado as ambiências sonoras instrumentais.
Como soa? Particular em muitos sentidos. Cada projeto dos artistas independentes carrega um sentimento e um sentido, ativando diferentes memórias nos ouvintes a cada instante. Com experimentos de ritmos constantes, a sonoridade surpreende pela atmosfera jazzística contemporânea. O grupo percorre por uma amálgama que amarra o soul e o funk a beats sintéticos e toques de raiz afro-brasileira.
Qual a vibe? Alvoroço. Com uma proposta plural, a banda recentemente segue por uma levada mais dançante. Se você gosta de Glue Trip, Antônio Neves e Bixiga 70 já está um passo à frente para curtir mais o som da BAGUM.
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