_por Thamys Trindade
Dona de uma voz aveludada e de um sotaque que vai além da dolência e melancolia comum nos fados, Luisa Sobral, 24 anos, já é considerada uma das revelações da música portuguesa. Fruto do rico caldo de culturas presente em Lisboa, a cantora e compositora saiu do anonimato em 2003, aos 16 anos, depois de integrar a edição Portugal do programa Ídolos. De lá resolveu desenvolver toda sua habilidade musical e ganhar o mundo.
Depois de estudar na Berklee College of Music – escola que abrigou vozes como Esperanza Spalding e John Mayer -, a rapariga integrou o cartaz do festival Super Bock Super Rock e recheou o portfólio com premiações musicais que dão a dimensão do talento: Best Jazz Song, no Malibu Music Awards (2008), International Songwirting Competition (2007) e The John Lennon Songwriting Competition (2008).
A empatia com os instrumentos pode ser conferida no primeiro disco The Cherry on My Cake, lançado em março de 2011. O álbum chegou ao disco de ouro e lhe rendeu indicações como Melhor Intérprete Individual e Revelação do Ano, no XVII Gala Globos de Ouro – tradicional premiação portuguesa que distingue as obras e as figuras que mais se destacaram nas categorias de Cinema, Desporto, Moda, Música e Teatro.
Reações unânimes e positivas na imprensa põem a cereja definitivamente em cima do bolo, acompanhando a cantora em um “pop jazzy” com muito humor e delicadeza.
Conte um pouco da sua experiência e o contato com o jazz.
Luisa Sobral: Aos 17 anos fiz um programa de intercâmbio e fui fazer o último ano da escola nos Estados Unidos. Durante esse ano comecei a ouvir Jazz e estudar a sua linguagem. O meu professor da altura mostrou-me o site da Berklee College of Music em Boston e eu fiquei fascinada com as aulas, os professores e a diversidade cultural então decidi candidatar-me e acabei por entrar e ter uma bolsa de estudos.
Como funciona o seu processo criativo? Tens alguma influência?
Luisa Sobral: Sim, eu componho letra e música. A inspiração para mim está na própria canção. É como se um acorde pedisse outro e ao mesmo tempo pedisse uma palavra e uma melodia. É como se eu fosse apenas o veículo para algo que a guitarra quer dizer.
No Brasil nos temos uma expressão “a tampa da minha panela”, usada quando encontramos um amor, ou a resposta para algo. Teu primeiro álbum chama-se The Cherry on My Cake. Tem alguma relação?
Luisa Sobral: Não é a mesma coisa. Em Portugal existe a expressão “a cereja no topo do bolo”, pensei que também existia no Brasil. ” A cereja no topo do bolo” quer dizer que uma coisa já é muito boa mas algo acontece que faz com que se torne ainda melhor.
@Thamys Trindade morou um tempo na Austrália e foi gerente de um subway que ficava colado a um studio. Ouviu tanto que decidiu sair falando por ai. Será nossa colaboradora semanal com matérias sobre música, gente e outras boniteza. (:
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