Burro Morto por Burro Morto

03/05/2010

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Por: Revista NOIZE

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03/05/2010

Mestra paraibana do som instrumental, a Burro Morto fez um dos shows mais legais do Conexão Vivo.O baixista Daniel Ennes fala sobre a banda, o disco novo e o som que toca eles pra que eles toquem para a gente. Esse material foi editado a partir de entrevista cedida pelo músico à NOIZE durante o Conexão—cortamos as perguntas e fomos direto ao que interessa. Enquanto o disco novo dos caras, Batista Virou Máquina, não chega, fique com as palavras de Daniel.

Já fomos oito. Tinha mais percussões e rolava troca de instrumentos, um percussionista vinha pro baixo, eu ia pro trompete. Era massa, mas aí quem tinha outra profissão foi fazer suas coisas e nós continuamos. A maioria do pessoal era do rock ‘n’ roll, mas o caldo que juntou todos foi o afrobeat.

*

Nosso último disco [Varadouro, 2009] foi só jam session, por isso foi bem natural. A gente se encontrava no domingo, tocava muito, formatava algumas coisas e aí pensava “então, vai ser desse jeito”. Nosso próximo disco, que sai em 2010, vai ter uma história, chamada Batista virou máquina.

Ainda tem muito da jam session no nosso processo de gravação. Nesse disco, Batista virou máquina, a gente pensou “vamos fazer a história do personagem, então essa primeira música, que é ‘O céu acima do porto’, vamos fazer como? Vamos pensar no ambiente em que vai estar o personagem”. E aí a gente começa a pensar na história e entra na sala, todo mundo pensando no cenário, “tem som de máquina, a galera é dura”. Então não tem muita harmonia, você não pode botar muita canção, órgão, guitarra. O baixo meio máquina, batendo estaca. Dá pra considerar meio jam session, mas já existe um conceito amarrado.

A gente gastou no processo quase dois meses de discussão, “não, a ideia não é essa, tá muito dançante, tem que ter balanço mas tem que ser um pouco mais travado”. Teve muita discussão de a galera chegar a ficar cansada, “meu irmão, vamo tocá!”. Mas foi essencial, porque aí a gente amarrou todas as ideias. E teve o processo de colagem, de pegar um trecho e montar uma coisa completamente diferente em cima.

E que música conecta vocês?

O que nos conecta é Fela Kuti, Budos Band, rock anos 70… Novos Baianos é espetacular e une a galera. Mars Volta, cara, essa coisa da víscera, que ele também tem, que nem o afro e o Novos Baianos, que é uma coisa que une a gente. E é bem dançante, apesar de ser frenético, tem uma latinidade original. Com esses três dá uma massa boa.

Fotos: Marco Aurélio Prates / Divulgação

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03/05/2010

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