Caribou e Gold Panda. São Paulo, Clash Club, 27/10
Texto por Guilherme Thiesen Netto
Fotos por Ariel Martini
Temas que foram de festivais internacionais, a sua vinda ao Brasil e principalmente a amizade com a banda australiana Tame Impala embalaram a minha conversa com o produtor Daniel Snaith, PhD em matemática e o homem por trás de toda a magia do grupo canadense Caribou, que debutou ontem no país apresentando seu show no lançamento do selo de festas FourFest, no Clash Club.
Se até então o mais inesperado foi conversar com Daniel, eis que uma das grandes surpresas da noite acontece: o set de abertura do produtor britânico Derwin, que assina o projeto Gold Panda inaugurou uma noite de muitos timbres transcendentais.
Desembarcando no Brasil como um dos “artistas de 2010” pela BBC e no exato mês do lançamento mundial do seu álbum de estréia Lucky Shiner, pela respeitável casa Ghostly International, Panda trouxe ao Brasil uma tímida e rápida amostra de temas do disco misturado a alguns recortes pessoais, que envolveram desde o hip hop até samples fortemente influenciados pela cultura oriental.
Um tempero deliciosamente etéreo imperava até então. Após o Gold Panda finalizar o seu set e retirar sozinho todas suas aparelhagens, Caribou entra no palco no mesmo clima “do it yourself” e começa a montar um espetáculo fascinante para os ali presentes. Misturando projeções multicoloridas a canções dos discos Andorra (2007) e o recente Swim, o grupo fez do seu show uma celestial jam session. Intercalando uma música na outra, combinando sintetizadores e comemorando um casamento perfeito de duas baterias em cima do palco, deixando para todos a certeza que a música é sim um lugar para sonhadores.