Estreia nos cinemas na próxima quinta, (27/02), Um Completo Desconhecido, filme sobre Bob Dylan estrelado por Timothée Chalamet, que soma 8 indicações ao Oscar. A narrativa, dirigida por James Mangold e inspirada no livro Dylan Goes Eletric!, de Elijah Wald, se debruca sobre a era folk de um Bob Dylan no inicio da carreira. Tem início no momento em que ele se mostra devoto de seus ídolos do gênero, como Pete Seeger e Woody Guthrie, até adentrar em meados dos anos 1960, quando ele, já tomado pela influência da guitarra elétrica, migra seu estilo.
Rumo ao Oscar: Walter Salles fala sobre “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, de Erasmo Carlos
O longa tem êxito especialmente por mostrar a admiração de Dylan pelo folk, o que é quase metaforizado na relação que o artista mantém com Pete e Woody assim que chega em Nova York, aos 19 anos, até se descolar de vez dessas referências.
A narrativa evidencia que é Pete Seeger (vivido por Edward Norton em uma ótima atuação) quem abre portas para o pupilo no Newport Folk Festival. Outro mérito do filme é não poupar a personalidade controversa de Dylan, especialmente na relação com Joan Baez, que, àquela altura, já era uma estrela, e com Sylvie Russo, personagem inspirada na namorada de Dylan, a artista Suze Rotolo, que estampa a capa do álbum The Freewheelin’ Bob Dylan (1963).
A atriz Monica Barbaro é um dos grandes destaques do longa ao dar vida à cantora, assim como Timothée, que vive um Dylan tão natural que, por alguns momentos, é quase possível esquecer que se trata do ator de Duna (entre tantos outros filmes que ele estrelou nas últimas temporadas). Ambos, inclusive, concorrem ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator, respectivamente.
Um Completo Desconhecido vale o ingresso especialmente para antigos fãs e uma nova geração que, talvez, não tenha dimensão da importância do artista para a música do século XX e por definir um novo estilo de composição, flertando com uma crônica literária, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel em 2016 pelo conjunto da obra.
Na trilha sonora, destaque para as faixas que marcam momentos cruciais no longa: “Mr. Tambourine Man”, “House of The Rising Sun” e, claro, “Like a Rolling Stone”, que inspira o título do filme e marca a transição musical de Bob Dylan. Timothée, vale lembrar, passou 5 anos se dedicando a aprender as músicas e a cantar no estilo único de Dylan. São dele todas as versões do filme. Ouça abaixo: