Engana-se quem pensa que Jadsa Castro, 26, está no início de sua carreira musical. A multi-instrumentista começou sua primeira banda autoral aos 16 anos, na cidade de Salvador (BA), onde nasceu e foi criada. A banda Bergamota foi o primeiro passo para tocar suas composições. Alguns anos depois, em 2015, lançou o EP Godê, produzido por João Milet Meirelles e Ronei Jorge.
Prestes a completar um ano do lançamento de seu disco de estreia Olho de Vidro (2021), de 14 faixas, lançado pelo selo paulistano Balaclava Records, Jadsa, enxerga os seis anos de diferença, de um lançamento para o outro, como a marca de que mudanças aconteceram em seus projetos musicais: “Foram momentos totalmente diferentes, com uma banda totalmente diferente. Enquanto o EP começa, o disco Olho de Vidro continua [risos]. No Godê eu trago três músicas que se conversam, de certa maneira, na poesia delas, na composição das letras, mas em arranjo e banda o que soa nas três faixas, é totalmente diferente. Então eu queria muito, que quem escutasse o EP, entendesse que existe essa pesquisa variada. Já o Olho de Vidro foi criado enquanto obra mesmo, porque tem um enredo, você vai entendendo que tem uma história, né?! Tem um convite, uma finalização”, afirma a soteropolitana.
O capítulo da Taxidermia
Durante a pandemia, a artista formou duo com Meirelles, denominado Taxidermia, dando início às experimentações sonoras e pesquisas, no intuito de não parar. Ainda em 2020 o projeto ganhou vida ao divulgar o primeiro volume, com processo de criação feito por inteiro virtualmente. Com lançamentos previstos para todos os semestres, a dupla encontrou uma incompatibilidade de agendas, porém percorrem firmes e fortes, enquanto Jadsa anuncia que novas criações do Taxidermia estão por vir: “O projeto tá vivo e vai continuar, de início era para ser semestralmente, mas é muita correria, porque daí a gente começou com essa ideia e as coisas começaram a enfim, encontrar um outro caminho, mas posso garantir que novas coisas estão chegando”.
A dupla se apresenta na sexta-feira (25), no Festival Música Estranha, promovido pelo Sesc, na unidade da Avenida Paulista. Os bilhetes estão sendo vendidos pelo site, com preços a partir de R$ 15,00.
Nos ouvidos de Jadsa
Fã de Itamar Assumpção – nome relevante na Vanguarda Paulistana, a artista afirma que não para de ouvir a banda futurista Combo Chimbita, da Colômbia e o grupo musical Sylvan Esso, dupla indicada ao Grammy de 2022, na categoria Melhor Álbum de Música Eletrônica/Dance pelo álbum Free Love (2020); Em terras brasileiras, a cantora cita o som da amiga, de Piracicaba, Bebé Salvego e da baiana Rachel Reis, que lançou a faixa “Maresia”, no ano passado.
O mergulho em planos sonoros
Mostrando que sua pesquisa sonora não para, a soteropolitana mergulha em novos mares e afirma que sua composição diária a leva para lugares distintos: “Sendo bem resumida, eu não paro de compor, eu não paro de pensar e planejar projetos ou músicas para futuros lançamentos. Quando eu lancei Olho de Vidro, eu entendi que era o momento de prestar atenção para o disco, mostrar ele, além da gravação, além do que você pode escutar, eu quero passar isso fisicamente. Então mergulhei muito nesse processo de shows, mas não paro, assim como não parei no Taxidermia. Desejo trazer alguns singles, em nova roupagem, uma coisa diferente, até pra mim mesmo, para não ficar no mais do mesmo ,e estou montando um disco também, então nos próximos anos podem esperar.”, assume vibrante, quase sem pausa na fala.
Na sequência de novidades, a faixa “Mergulho”, abriu um episódio da série “Lov3“, da Amazon Prime, onde a artista assume que se encontrou surpresa e com altas expectativas: “Eu fiquei surpresa, mas na verdade, nós musicistas, artistas, músicos, buscamos isso, que é o reconhecimento dentro de outras artes, além de palcos, além das plataformas digitais, sabe?! Minha expectativa foi alta e sinceramente fiquei muito feliz com o resultado, é rapidinho, mas acho que marca tanto, que pra mim valeu super a pena. Eu sabia que ia sair tem uns meses, mas eu ficava ‘E aí galera, quando que vai ser?'”, diz Jadsa aos risos.
A agitação e energia para os palcos
Quase sem rituais pré show, a artista brinca que quando não está centrada na coxia, em momentos de ansiedade, ela se encontra no agito do movimento: “Na sinceridade, eu fico uns 15 ou 20 minutos assim pulando de um lado para o outro, suando um pouco. Eu gosto de entrar no palco suada, parecendo que eu já estava fazendo um show lá atrás, então eu tento trazer essa energia para mim na coxia para estar no palco com o ânimo que a galera quer, né?”.
Com evento marcado para a próxima sexta-feira (18), na Casa Natura Musical, a artista fará a apresentação ao lado de Salvego, que conta com trabalho marcado pelos instrumentais de baixo e bateria. Os ingressos estão à venda no site, com preços a partir de R$ 33,60.
A casa de shows tem abertura às 19h30 e começo de show previsto para às 21 horas. “O disco de Bebé está chocante, eu canto todos os dias, de lei [risos]. E poder dividir essa noite com Bebé, vai ser muito foda, uma energia muito forte. Então estamos nos concentrando bastante pra poder fazer dessa noite um coisa bonitona”, finaliza a cantora.
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