20 anos de “Dookie”

01/02/2014

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Por: Revista NOIZE

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01/02/2014

O “Dookie” pode não ser o primeiro disco de pop-punk da história, mas é, certamente, o mais importante do gênero. O álbum, lançado exatamente 20 anos atrás, quebrou os paradigmas da época e deu ao estilo um novo patamar. O punk nunca foi tão mainstream até o terceiro registro do Green Day atingir o topo das paradas em vários lugares do mundo.

A prova de que “Dookie” é um item importantíssimo para o rock – tanto quanto qualquer clássico dos Ramones ou do The Descendents – é a quantidade de bandas que surgiram inspiradas em suas músicas. E aqui embaixo reunimos o depoimento de integrantes de oito grupos que foram diretamente afetadas pelo registro.

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A nossa sugestão é que você coloque o “Dookie” para rodar enquanto que você lê essas oito histórias:

Mark O’Connell, do Taking Back Sunday

“‘Dookie’ é uma das minhas principais influências musicais e um disco que marcou os anos 90. Mesmo 20 anos depois, eu continuo escutando. Ele foi responsável por fazer do Green Day uma das maiores bandas punk do rock e que outros grupos, como o Rancid e o Offspring, também começassem a aparecer na MTV. Foi com o ‘Dookie’ que eu comecei a tocar guitarra, porque era exatamente aquilo que eu queria fazer, igual ao disco. O Taking Back Sunday teve a honra de abrir para o Green Day, em Londres, na época que o ‘American Idiot’ tinha saído. O Billie Joe entrou no nosso camarim, pouco antes dos shows deles, nos convidando para o afterparty. Passei horas conversando com o Mike Dirnt depois da apresentação e ele até preparou um drink para mim naquela noite. Sem dúvida, aquela foi a melhor experiência que tivemos com o Taking Back Sunday nesses dez anos de banda”.

Ryan Key, do Yellowcard

“Eu suponho que nós não formaríamos uma banda se não houvesse o ‘Dookie’. Eu falo “nós” porque não me refiro somente ao Yellowcard, mas à toda cena punk hardcore. O ‘Dookie’ coloca você numa viagem que nenhum outro disco é capaz. O álbum tem a sensibilidade do pop, mas ainda é um disco de punk. Músicas como ‘She’ e ‘When I Come Around’ foram sacadas geniais do Green Day, algo totalmente incomum para época, que serviram para formatar o estilo dos grupos que surgiram depois, inspirados pela banda. Eu vejo o ‘Dookie’ hoje como um chute na bunda do punk rock que se fazia na época. O álbum foi transgressor”.

Chad Gilbert, do New Found Glory

“Como eu não tinha dinheiro na época, comprei o ‘Dookie’ com o meu irmão, cada um pagando metade. O disco ainda é um dos Top 5 de todos os tempos para mim, foi ele que me tornou um fã de punk rock. Ouvir o disco foi meio que um choque, já que na era pre-internet a gente não tinha muito como saber como era o disco. A primeira vez que você colocava o CD para tocá-lo era ir descobrindo, aos poucos, música por música. E eu acho o ‘Dookie’ um disco muito bem gravado, melhor que todos os outros álbuns de punk rock da época. O que eu posso dizer é que o Green Day é a maior influência do New Found Glory, disparado. Eu acho que o ‘Dookie’ ajudou a garotada que cresceu nos anos 90, como eu, e que se sentia desencaixada com a sociedade”.

Dan Campbell, do The Wonder Years

“O ‘Dookie’ foi lançado quando eu tinha oito anos de idade e se tornou a minha obsessão. Eu me lembro de ouvi-lo no carro do meu pai, quase todo dia. Eu memorizei todas as letras do disco e costumava cantá-las para mim mesmo sempre que eu me sentia incompreendido… Aquela típica coisa de adolescente”.

Nick Ghanbarian, do Bayside

“Eu me lembro de ter 13 anos e asstir, com alguns amigos, ao clipe de ‘Longview’ na MTV, pela primeira vez. Eu senti uma coisa diferente na hora, que eu nunca tinha sentido antes. Diferente do Smashing Pumpkins e do Stone Temple Pilots, bandas que eu gostava, o Green Day me pareceu mais real, uma banda que tocava com mais emoção. Assim, ‘Dookie’ foi, absolutamente, a razão pela qual eu e os meus amigos compramos instrumentos para formar uma banda. Eu passei boa parte da minha adolescência tentando tocar baixo como o Mike Dirnt e, até hoje, acho que não consigo. ‘Dookie’ foi um álbum que excedeu todas as expectativas. O disco é um marco do punk, um registro importante para toda a cena que veio depois. Eu acho que o blink-182, nós, e vários outros grupos não existiram se não fosse o ‘Dookie’”.

Sean Huber, do Modern Baseball

“‘Dookie’ foi o primeiro disco de punk rock que eu ouvi. Eu me lembro ser bem novo e ouvi-lo sentado no chão do quarto do meu irmão mais velho. As letras me acertaram em cheio, nunca tinha ouvido uma banda tão insana e brutal. Minha mãe, quando ouviu o ‘Dookie’, ficou furiosa com as músicas do Green Day e escondeu o disco da gente. Mas um dia, depois que ela saiu para o trabalho, eu consegui roubá-lo e gravá-lo numa fita K7. Passava os dias ouvindo o disco com os meus headphones sem ela perceber. Mas o bacana mesmo de ‘Dookie’ é que ele levou o punk para o mainstream. O Green Day foi o modelo de banda que a minha geração queria ter”.

Lance Claypool, do Pentimento

“Eu fui apresentado ao ‘Dookie’ quando ainda estava na escola. Um amigo meu me emprestou o disco e eu nunca mais devolvi. Eu me lembro de ouvi-lo no ônibus, voltando para casa, e era inacreditável. As letras do álbum eram impressionantes e Billie Joe Armstrong brilhantemente escreveu todas elas. Por causa do ‘Dookie’, eu virei noites na internet, mesmo com uma conexão discada frustrante, baixando os vídeos do Green Day ao vivo no Wookdstock 94. Eu enchi o HD do computador dos meus pais com isso. Eu serei eternamente agradecido ao ‘Dookie’ por ter me feito companhia durante a escola e servido de inspiração para que um dia eu também subisse num palco com a minha própria banda”.

Sarah Everton, do Bleeding Heart

“Quando o ‘Dookie’ saiu, eu estava na escola e todo mundo começou a ouvir o disco por lá. Isso me incomodou um pouco. Eu queria ser diferente, então fiquei longe da banda, não suportava nem ouvir a voz do Billie Joe. O meu negócio era o The Smashing Pumpkins. Eu passei boa parte daquela época lutando contra o álbum, porque, na verdade, eu tinha adorado músicas como ‘Basket Case’. Eu fui começar a ouvir o ‘Dookie’ só no ano passado, quando o Al Creedon, nosso guitarrista, colocou uma cópia para tocar na nossa van. Eu realmente pirei, depois de todo esse tempo, e não parei de ouvir o ‘Dookie’ desde então. Hoje eu me sinto um pouco idiota por não ter dado a atenção que o álbum merecia, na época. Isso é engraçado, né?”.

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01/02/2014

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