“Eletrônico, brasileiro e urgente”, diz Jaloo sobre terceiro disco 

03/04/2024

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Isabela Yu

Por: Isabela Yu

Fotos: Divulgação/ Caia Ramalho

03/04/2024

Jaloo apresentará o repertório de MAU (2023), seu terceiro disco, na próxima sexta-feira, 5/4, na Audio, em São Paulo. Além das novidades, o repertório do show “Jaloo: 3 eras” contará com as faixas de #1 (2015) e ft (pt.1) (2019). 

A artista estará acompanhada no palco pela banda formada por George Costa (percussão, bateria e programações), Bia Chantal (guitarra e sintetizador) e Michele Cordeiro (guitarra). MC Tha fará uma participação especial em “Céu Azul” e “Onda”. 

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Nesta quinta-feira, a artista apresentará os remixes de MU540 para “Quero te ver gozar”, e do Cyberkills, duo formado por Rodrigo Oliveira e Gabriel Diniz, para a faixa título. 

Ao longo de dez músicas, a compositora e produtora musical costura diferentes referências eletrônicas, como o phonk e o hyperpop. “Faço música no computador. É claro que emulo instrumentos orgânicos, mas tudo passa pelo digital. No entanto, ainda que tenha referências eletrônicas, a minha base são as canções, músicas com estrofe, refrão e ponte”, explica Jaloo. Para ela, “Ocitocina” é a faixa que melhor representa essa proposta. 

MAU celebra o feminino e foi pautado pela ótica do prazer e da liberdade. Criado no home studio da artista, o álbum investiga as sombras que fazem parte do ser humano. Como fazer as pazes com esses sentimentos? Essa é uma das reflexões propostas por ela. 

“O clima geral do disco é eletrônico, brasileiro e urgente – essas palavras acompanham cada nota e cada frase das músicas”, afirma a cantora. No faixa a faixa a seguir, mergulhamos nos universos que habitam MAU

“MAU”: A música que deu o pontapé para tudo. A partir dela, eu naveguei nessa questão das sombras que nos habitam e de fazer as pazes com ela e toda a imagética veio junto. Ousadia nas palavras, nos vocais e na sonoridade. Ela é uma música que meu público talvez se assuste de cara, mas tudo foi bem planejado desde o início (risos). 

“Pode”: Uma música cheia de amor e sexo, e tem essa pegada aberta de se relacionar e mesmo assim se apaixonar intensamente. A sonoridade é latina brasileira, mas também etérea e sombria. 

“Quero te ver gozar”: É uma música sobre um dos dias mais difíceis da minha vida. Fui a um lugar que amo e lá encontrei alguém após dois anos de término. Vê-lo feliz e pleno, dando amor pra outros, e eu, cercada de amigos, jurava que daria conta de tudo. Não dei, mas mesmo com toda a tristeza do dia o vi, me ajudou a enterrar o corpo de um relacionamento terminado a distância em meio a uma pandemia. Depois do acontecido, os dias só melhoraram e com isso resolvi falar sobre a situação em música e ela nasceu toda solar dançante – e caliente. 

“Pra que amor”: Uma música safada e triste, assim como eu (risos). É o descompromisso a níveis um tanto estranhos, é sobre não se envolver, mas se envolvendo. Um mea culpa em forma de forró. Forró esse feito, claro, do meu jeito peculiar. 

“Tudo passa”: Fala da maneira como eu queria que terminassem comigo. Daí resolvi fazer música, onde o eu lírico é meu ex, terminando comigo, simples assim. É meio terapêutica, mas divertida e cheia de vida.

“Ah!”: Fala daqueles dias em que estamos com muito tesão e deslizamos o feed do celular procurando alguém pra compartilhar aquilo tudo. A produção dessa é bem maluca e simples, tem pouquíssimos elementos. 

“Phonk-me”: Uma música sobre orgasmo. E pra dançar demais celebrando isso, tem três línguas na composição e uma melancolia estranha perto do fim.

“Profano”: Conta sobre os contornos de um relacionamento, como tudo se transforma, tanto que nos vemos mais no outro, do que na gente. Fala do ato de esquecer ou de perceber a falta de si, onde nos transformamos em algo novo. A produção é bem pincelada nos anos 1980 e traz um tom de balada de amor. 

“Ocitocina”: Alguém que, por não ter tido amor demais na infância, compensa isso amando demais. Mesmo sendo fria na maioria das relações, adora toques, cheiros e carinho. É sobre amar ter ficado longe dos holofotes, é sobre a pandemia. É nostalgia e melancolia pura. 

“A verdade é que a cidade vai me matar”: Sinceridade a níveis estratosféricos. É bem clara, é sobre a cidade grande te engolir em vários níveis. Sobre não existir lembrança. É sobre vícios e comportamentos nocivos é apocalíptica e camp.

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03/04/2024

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