Quando soubemos da homenagem que Mitch Winehouse faria para Elza Soares e Amy, ficamos muito curiosos. Não só por que a Elza quebrou tudo com o seu mais recente disco A Mulher do Fim do Mundo, mas também por que a conexão entre a Amy e a Elza não poderia ser mais perfeita.
A ideia do projeto é lançar um álbum de releituras das músicas brasileiras que a Amy gostava, sendo o próprio Mitch o intérprete principal, com a participação da Elza em duas faixas. Mas, antes de escutarmos o disco, teremos a chance de ver e ouvir tudo ao vivo, já que o projeto está chegando para uma turnê no Brasil, com o intuito de inaugurar a Amy Winehouse Foundation em nossas terras.
Conversamos com Jorge Chamon, empresário da Elza Soares, diretor da turnê e um dos responsáveis por trazer a fundação ao Brasil.
Como começou esta parceria entre A Elza e O Mitch?
A história começou por que o Mitch é muito fã de MPB e bossa nova desde sempre e é cantor de jazz. Desde que a Amy nasceu ele sempre ouviu e fez a Amy ouvir este tipo de repertório e ela acabou se apaixonando também. Depois da turnê da Amy no Brasil, esse gosto dela pela música daqui só aumentou, inclusive a admiração pelo trabalho da Elza Soares. Vale lembrar que a Elza foi eleita pela BBC de Londres como “A voz do Milênio” em 2000 e sempre teve a admiração dos ingleses. Então o Mitch resolveu fazer este disco para homenagear a música brasileira e consequentemente, o amor pela filha. A partir daí ele convidou a Elza pra gravar duas faixas: “Meditation” e “How Insensitive”, do Tom Jobim.
A Elza canta em inglês?
Não, eles cantam juntos. O Mitch em Inglês e a Elza em português.
E o disco já tem nome e previsão de lançamento?
Vai se chamar Bela Brasil. Estamos conversando com as algumas gravadoras para licenciar o álbum e distribuí-lo aqui no Brasil, mas ainda não temos uma data definida.
E tem mais algum outro convidado?
Não, a Elza é a única convidada brasileira do disco, por que tanto a Amy quanto o Mitch eram fãs dela. Na verdade ela sempre teve mais repercussão no exterior do que no Brasil, então isso acabou sendo meio natural.
Qual vai ser a formação da banda para a turnê, algum músico que acompanhava a Amy?
Não. Na turnê não vai ter ninguém de fora, a não ser o Mitch e o Anselmo Netto, brasileiro radicado na Inglaterra que é diretor musical do show e do CD. A banda é brasileira e comandada pelo maestro Eduardo Neves. São todos músicos cariocas, só as três backing vocals é que são de São Paulo.
E como surgiu a ideia da turnê?
Eu criei o projeto e implementei a turnê com base na proposta do Mitch. Na verdade ele me procurou pra fazer só um show pequeno no Brasil, pra divulgar o CD. Então eu disse a ele que eu queria devolver a homenagem que eles fizeram pra Elza através desses shows, inclusive com ela tocando mais músicas. Desenvolvi o formato da turnê e a montei a banda pra dar suporte pra ele aqui no Brasil. Depois, entrei em contato com a Opus e consegui um apoio muito bom, trazendo uma proporção bem maior do que seria a ideia inicial.
A Elza vai participar de todos os shows?
Sim. Até por que essa turnê é uma homenagem para a Amy, mas principalmente para a Elza. É a valorização da música brasileira que a Amy tanto gostava, através da Elza.
E vocês querem trazer a Amy Winehouse Foundation para o Brasil?
O intuito é trazer a Amy Winehouse Foundation para o Brasil e arrecadar fundos para projetos com os mesmos moldes já são premiados no Reino Unido. A turnê visa implementar e organizar a fundação no Brasil. O objetivo é distribuir a renda dos shows para outras organizações não governamentais e instituições que auxiliam na ressocialização de dependentes químicos através da arte e da música, principalmente.
Muitos fãs da Amy têm chamado o Mitch de oportunista. Como vocês estão lidando com estas críticas?
Eu acho que a fundação fala por si só. Não é premiada a toa no Reino Unido. O trabalho social que o Mitch faz com os jovens, independente de sua carreira artística e qualquer outra coisa, é sensacional. O foco dele é no trabalho com os dependentes químicos. Eu não o vejo como oportunista de forma alguma e se ele fosse um, visaria o lucro. Nem vou entrar em questões de valores, até por que é ele quem está viabilizando sua vinda ao Brasil. Ele quer divulgar a fundação de uma forma muito bonita, através dessa homenagem à música brasileira. Ele não tem lucro algum nisso. O que ele tem é um amor muito grande pela música brasileira, um respeito pelo nosso país e pelo nosso povo. Isso é indiscutível.
Confira as datas e locais dos shows:
15 de novembro – Teatro do Bourbon Country/Porto Alegre
16 de novembro – Teatro Bradesco/São Paulo
18 de novembro – Teatro Bradesco Rio/Rio de Janeiro
20 de novembro – Teatro Riachuelo/Natal