Depois de dois EPs (“El Topo” e “Onça”) e uma “volta ao Brasil”, a banda Tereza lançou no meio do ano passado o disco tropical “Vem Ser Artista Aqui Fora”. Aos poucos, o grupo está conquistando o país com suas músicas pra lá de energéticas.
Antes da gravação do álbum de estreia, a banda Tereza percorreu o Brasil para descobrir mais sobre seu som e pegar experiência de outros grupos. O resultado final é um abrasileiramento de grupos como Pet Shop Boys e Men At Work, com a batida do funk brasileiro muito presente nas faixas. O disco foi gravado no lendário estúdio Toca do Bandido e teve a produção de Tomás Magno.
“Vem Ser Artista Aqui Fora” já tem dois clipes no Youtube: “Sandau”, com mais de 400 mil visualizações, e “Endorfinar”, o mais recente lançamento da banda. Você baixa o álbum completo clicando aqui. Os integrantes João Voepi, Mateus Sanches e Sávio Azambuja conversaram com a gente sobre o clima verão do novo disco da banda e a entrevista completa você confere logo abaixo.
Antes de gravar o “Vem Ser Artista Aqui Fora” vocês viajaram por todo Brasil. O que vocês buscavam com essas viagens?
João – A gente viajou justamente pra isso: pra pegar canja de palco, ver as apresentações locais e as pessoas que estão tocando há mais tempo. A sonoridade a gente foi incorporando meio que naturalmente, a gente não foi com objetivo de tirar uma coisa de cada lugar. Não foi uma coisa específica, foi uma coisa bem natural. A gente quis viajar pra descobrir o som que a gente queria fazer e como a gente iria se comportar no palco. Pra crescer como banda.
A banda parou no meio das gravações do disco para compor outras músicas. Como foi isso?
João – A gente chamou o produtor, o Tomás Magno, e ele ajudou muito nisso. Por exemplo, ele nos mostrou cinco músicas e falou “Essas três aqui tem tudo a ver uma com a outra, mas eu não entendi porque essas duas estão aqui. Tá descontextualizado, tá uma coisa muito distante da outra”. A gente fez as doze músicas do disco sem, na verdade, ter um conceito formado pra aquilo. E quando a gente foi gravar, vimos que não tinha uma coesão no disco. Algumas músicas ficaram deslocadas pra gente mesmo. Então a gente parou e compomos na marra, tirando ideia da onde fosse. “Sandau” é uma das músicas que saiu desse período. “Calçada da Batalha” foi escrita em uma noite. A gente foi de madrugada pro estúdio e virou a noite gravando a melodia. No dia seguinte, a gente pegou o carro pra ir pra São Paulo e escreveu a letra no carro, na viagem.
Qual o significado das baleais orcas de plástico na capa do disco e que também aparecem nos shows de vocês?
Mateus – A gente queria pra identidade do CD uma coisa bem praia e esteticamente a gente acabou escolhendo essas baleias como símbolo. Combinava muito com o som que a gente tava inspirado em fazer e com todo esse disco. No primeiro clipe que a gente fez, pra música “Vamos Sair Pra Jantar”, a gente utilizou essas baleias e a foto da capa do disco até foi tirada de um frame desse vídeo. Foi tudo pensando na construção da imagem que a gente gostaria de passar do disco.
Vocês já falaram que o nome da banda é inspirado em uma menina linda que era amiga de vocês no colégio. As músicas da Banda Tereza como “Vamos Sair Pra Jantar” e “Eu Não Brigo” foram feitas pensando nessa mesma Tereza ou vocês tem outras musas inspiradoras agora?
Sávio – Na verdade essas duas músicas já existiam antes de darmos o nome da banda de Tereza. Foram duas das primeiras músicas que fizemos logo quando decidimos formar a banda. Tínhamos acabado de entrar na faculdade e com certeza elas saíram inspiradas no que estávamos vivendo na época. A “Vamos” por exemplo fala um pouco sobre aquele comecinho de relacionamento, onde os dois estão se conhecendo e ainda rola aquela pontinha de vergonha nos diálogos mais banais. Acho que sintetiza bem o que estávamos passando na época.
O “Vem Ser Artista Aqui Fora” é um disco bem alegre e tropical, que poderia ser ouvido na beira da praia. Da onde vocês tiram a energia que transmitem nas músicas?
Sávio – Do nosso cotidiano. Moramos em Niterói e não há um lugar na cidade que você vá sem passar por pelo menos uma praia. Buscamos também para esse disco resgatar bons momentos da nossa juventude, como quando íamos todos juntos de ônibus para a praia, de férias, depois das provas. Acho que tudo isso cria esse clima de uma alegria nostálgica que foi o que buscamos no “Vem Ser Artista Aqui Fora”.
Vocês acabam de lançar o clipe de “Endorfinar”. Essa palavra já existia ou vocês inventaram?
Mateus – Na hora o objetivo era criar uma palavra nova mesmo. Acho que já existe essa palavra, mas o propósito era criar uma coisa única. Foi pensando nisso que a gente criou uma outra música nossa chamada “Sandau”, que é uma referência ao protetor solar, mas a gente mudou a grafia. O objetivo era fazer uma coisa parecida, até pra dar continuidade a identidade do disco.
Como foi a parceria com o Prince Zimboo?
Mateus – A gente chamou o João Brasil pra produzir a música e ele que conhecia o estilo do Prince Zimboo e ele que fez o contato. Foi por e-mail mesmo, na verdade. A gente mandou a música, ele gostou, gravou na Jamaica a parte dele e mandou de volta o áudio com a participação dele.