Entrevista de Quinta | Kurt Vile fala sobre Sonic Youth, Bruce Springsteen e a sua vinda ao Brasil

29/03/2012

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Por: Revista NOIZE

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29/03/2012

_por Marilia Pozzobom

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– Alô?
– Oi, é o Kurt?
– Sou eu mesmo.

O “eu” que atende do outro lado da linha com um sotaque norte-americano carregado é o músico e compositor Kurt Vile. O cara, que passa por aqui no início de abril ao lado de Thurston Moore, do Sonic Youth, é o dono dos excelentes Childish Prodigy (2009) e Smoke Ring For My Halo (2011), discos que ganharam a crítica e os fãs – Kim Gordon, a baixista da banda de Moore, já admitiu que “ouviu demais” a bolacha de Vile.

Antes de pisar em terras brasileiras, Kurt falou com a NOIZE por telefone. Sem rodeios, o dono da vasta cabeleira castanha bateu um papo sobre a turnê com o ídolo (ele já admitiu ser fã do Sonic Youth), Bruce Springsteen e o seu último EP, So Otta Reach. E mesmo abaladas pelo sacolejo da van de onde ele fala, suas respostas saem rápidas e seguras. Quase impensadas.

Assim como uma conversa.

NOIZE: E ai cara, tudo bem? Onde você tá?
Kurt Vile: Tudo ótimo e com você? Eu estou na Carolina do Norte… To voltando de uma turnê curtinha por lá.

NOIZE:Tudo tranquilo por aqui. Então, animado com a vinda ao Brasil? Já tem planos do que ver e fazer por aqui?
KV: Nossa, muito empolgado! Eu não tenho nada específico que eu queira ver, na verdade não to muito informado, mas seria legal se alguém nos levasse pra dar uma volta e conhecer as cidades.

N: Então, a Kim Gordon disse uma vez que o seu “guilty pleasure” era o seu disco, porque ela “ouvia ele demais”. Agora você está vindo ao Brasil com o Thurston Moore, que também era do Sonic Youth. Como é o seu relacionamento com eles? Da onde veio o convite para tocar com ele? Umz vez você disse que cresceu ouvindo Sonic Youth…
KV: Com certeza eu sou um grande fã do Sonic Youth. Meu relacionamento com eles é ótimo, tem essa turnê com o Thurston e a Kim é uma pessoa super doce. O convite veio meio porque nós lançamos nossos albuns no mesmo tempo. Aí a gente tava tocando juntos em um festival no México, e o Thurston falou sobre ir para a América Latina – fazia pouco tempo que eles tinham ido aí com o Sonic Youth (SWU em 2011). Aí resolvemos fechar as datas e ir.

N: Em uma entrevista você disse “algumas músicas ficam na minha cabeça por anos e demoram um tempo pra sair dela”. Como isso funciona? Como você “dá à luz” a uma canção?
KV: Na maioria das vezes esse processo acontece bem rápido pra mim, na verdade. Antes eu tinha mais “urgência” para escrever, mas agora eu faço isso normalmente no estúdio mesmo. Eu penso e escrevo.

N: Freud disse uma vez que boa arte vem da tristeza. Você disse algo parecido. Sabe por quê isso acontece?
KV: É, isso aí é verdade. Na real eu não sei a resposta dessa pergunta. Sai assim, e é verdadeiro.

N: No seu EP So Outta Reach, você fez um cover do Springsteen. Eu ouvi falar que você é um grande fã dele… Você ouviu Wrecking Ball, o último trabalho dele? O que você achou?
KV: Não, na verdade eu ainda não ouvi! E você?

N: Eu só ouvi o single pra ser sincera (risos)… Mas soube que é muito bom.
KV: Pois é, eu vi a arte e achei legal. Tenho que ouvir (risos). É bom saber que é bom. Sabe que ontem eu vi ele no Starbucks?

N: Sério? E ai, como foi??
KV: Genial. Mas eu preciso ouvir o disco ainda (risos).

N: Então voltando ao So Outta Reach… Ele também tem 5 canções que originalmente foram feitas para Smoke Ring For My Halo (o ultimo disco de estúdio de Kurt), mas não foram usadas. Por quê?
KV: A gente tinha mais do que o suficiente, e o espaço do disco era pequeno. Então achamos melhor não colocar essas tracks, elas não pareciam ser as certas, musicalmente falando. Aí depois saiu esse EP.

N: Ok, acho que nosso tempo tá acabando. Eai, pra fechar: o que os fãs podem esperar do seu show?
KV: Ah, um show de rock. Momentos enérgicos, momentos afetuosos. Aquela coisa toda.

@pozzobom é Editora Web da NOIZE.

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29/03/2012

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