A música existe para ser experimentada. E isso os caras do Nacional Riviera sabem bem. Depois de experimentar muito, eles acertaram em cheio no som do novo EP que eles lançam, com exclusividade aqui na NOIZE, na próxima terça-feira, dia 29 de outubro.
O primeiro trabalho dos gaúchos foi o EP “Despedida/Empate”, lançado há um ano atrás com três faixas. Reunindo diferente ritmos, mas sempre fiel ao rock, eles nos contaram que o novo material conseguiu deixar mais claro essa mistura que é o Nacional Riviera.
O novo EP terá duas faixas, “Pela Manhã” e “Boas Novas”. Confere a entrevista que nós fizemos com a banda sobre as gravações desse novo material.
Quais são as novas referências que vocês buscaram pra esse EP?
As referências não são exatamente novas, acho que usamos as velhas mesmo, alguns clássicos, alguma banda que conhecemos há alguns meses, tudo depende, mas não buscamos referências. A banda em si, já tem na sua proposta juntar diferentes climas. É da natureza da banda misturar, já que tem membros da escola do jazz, percussionista com influências latinas o pessoal do rock, folk. O que mudou mesmo foi o crescimento da banda que está conseguindo deixar mais claro essa fusão.
Principalmente por “Boas Novas”, o novo EP está com o som mais pesado do que o outro. O que vocês trabalharam nesse ano que separa os dois EPs que afetou no som da banda?
Nesse EP decidimos deixar o som rolar do jeito que ele estava nos levando. Não escolhemos que Boas Novas fosse pesada, ela apenas pesou sobre nós e a obedecemos. Além disso, somos seis gravando juntos, usamos muito equipamentos valvulados, timbres sempre tirados dos instrumentos originais, acreditamos que isso tenho contribuído nesse “peso”. Não esquecendo do Tiago Abrahão que mixou o EP, assistiu ensaios e viu que queríamos “engrossar o caldo”. Foi, certamente, um trabalho em conjunto.
Qual a relação da capa do EP com “Pela Manhã” e “Boas Novas”?
Quem responderá essa questão com maior exatidão é quem a concebeu, o Leo Lage. Gostamos muito do trabalho dele como artista gráfico, enviamos as músicas e pedimos para ele escutar e ilustrar que o achava. Ficou brutal. Mas entendemos que ela sintetiza a mistura de elementos fortes, de traços marcantes, alegorias que trouxemos cada um de suas experiências musicais. Assim como a capa pode ser vista de ponta cabeça, tanto nossas músicas como a própria filosofia da banda, seguem a ideia de não ter uma única perspectiva das coisas, mas deixar todos os ângulos trabalharem ao mesmo tempo.
Como foi a gravação do EP?
Beto Stone: A música “Pela Manhã” inteira é tocada com baquetas com feltros nas pontas, dando uma sensação de ambiência suspeita, misteriosa. Isso foi uma sacada que colaborou no clima da música. “Boas Novas” tem vários momentos que giram em torno de um riff sensacional, mas existe um ápice de tensão em que a bateria dialoga com as percussão e o tempo fecha cada vez mais.
Gustavo Foppa: No solo que eu gravei pra “Pela Manhã”, enquanto eu tocava na sala sentado na mesma ficava o Bernard fazendo automações nos pedais de delay e drive na hora, junto comigo, isso deu um climão. É como gravar guitarra em quatro mãos, experiência.
André Mendonça: Em “Pela Manhã” gravamos dois baixos, uma linha com um baixo elétrico e outra com meu baixo acústico. Demoramos uns 2 meses pra decidir qual usar (hehehehehe), os dois funcionavam muito bem, optamos pelo elétrico.
Mateus Avila: O fato de ter gravado pela primeira vez com as novas congas deram uma pilha no som de “Boas Novas”, acabou entrando em mais partes do que o esperado. Pessoal pirou junto nesse dia, parecíamos crianças com um free pass em parque de diversão.
Nos contem algumas coisas que vocês gostaram que aconteceram durante as gravações.
Houve o dia que o Bernard apareceu com um amplificador dos anos 50, 60, valvulado, do formato de uma maletinha, foi o melhor som de guitarra que tiramos. Também teve um dia que estávamos alto e ligamos um sintetizador no meio da sala do estúdio Bunker (Abraço pro Fernando e pro Augusto, queridões que controlaram a nave nas gravações) chamamos o Leo, as músicas já estavam soando bem e ele só teve o trabalho de ficar pirando em timbres e arranjos, rendeu muito.