A atual quarenta não impediu o músico gaúcho Pedro Pastoriz de engatilhar o lançamento do seu terceiro álbum solo. Chamado Pingue-Pongue com o Abismo, o disco sai pelo selo RISCO e ainda não tem previsão de lançamento. Aqui, você pode colaborar com a campanha de financiamento coletivo que está aberta para a finalização e versão física do álbum. Para ter uma amostra do que vem por aí, assista com exclusividade na NOIZE o clipe do single inédito “Dolores”.
“Dolores”, Pedro explica, é a faixa que abre o novo trabalho e serve de cartão de visitas para a narrativa do álbum. “Achei um bom lugar pra começar a contar essa história, do Pingue-Pongue com o Abismo“, diz: “‘Dolores’ tem essa combinação de instrumentos que acontece em outros momentos do disco, de sintetizadores, bateria eletrônica do Charles [Tixier], baixo do Arthur [Decloedt] e o meu violão”.
Seu clipe foi gravado em Santos e São Vicente, no litoral paulista, e, como pode-se deduzir pelas filmagens, a viagem até lá foi descontraída. “Foi uma viagem divertida, eu nunca tinha ido, pegamos um dia ensolarado, caçando museus, pontos turísticos, barquinhos ancorados, às vezes com uma porção de gente curiosa acompanhando a filmagem”, lembra Pedro: “De volta em São Paulo, projetamos essas imagens captadas anteriormente sobre telas, no ateliê do Bruno [Ferreira, diretor do clipe], e reencenei algumas daquelas ações”.
– Curti o resultado do vídeo com a música, a música tem uma coisa praiana, alguma coisa emprestada daquele imaginário naif do Harry Belafonte, do Henri Salvador. E numa interpretação possível sem explicar a piada, “Dolores” fala sobre alguém que se foi e esse sujeito que ficou, tentando aceitar o que aconteceu. De um jeito bem livre, o Bruno recriou essa sensação de passado de memórias ensolaradas e cartões postais, projetados no presente.
O músico conta ainda que “Dolores” era a composição que abria Esse Show é um Teste, uma série de apresentações experimentais que fez e que foi fundamental para o processo de gestação do disco. “Era uma turnê feita para testar ideias pra um show. O repertório novo, histórias que aconteceram comigo na semana, convidados, tudo era combinado no dia. Fiz 24 edições desse show em 21 cidades, convidando amigos e artistas locais, músicos, poetas, mágicos. Isso tudo trouxe bastante material pro estúdio, ideias pras gravações”, explica Pedro.
Naturalmente, pela própria fluidez da proposta, o humor se inseriu nesse espetáculo e essa tônica transparece tanto no clipe de “Dolores” quanto no disco Pingue-Pongue com o Abismo. “Quando fiz Esse Show é um Teste, os momentos entre as músicas iam bastante pra histórias improváveis, e comédia também”, conta o artista. “Nesse disco novo, não diria que as músicas são engraçadas, mas tem alguma coisa que veio do sonho, imaginação, que são improváveis, e gosto desse lugar que se aproxima da comédia”.
Outra faceta cômica de Pastoriz ganhou espaço a partir do projeto de vídeos rápidos Comitê Especial de Quarentena, que ele vem publicando no seu canal do YouTube e redes sociais. “Eu faço alguns vídeos-curtos-esquete faz algum tempo, e o pessoal que me acompanha falava pra eu tornar algo semanal”, diz Pedro.
– Nos primeiros dias em quarentena, com shows cancelados e sem poder sair de casa, comecei a fazer alguns stop-motion, esquete, música, e quando vi tinha material pra juntar tudo isso num programa de 10 minutos. Daí montei o Comitê Especial de Quarentena, que é uma maneira de seguir as apresentações nessa época, no formato do show caseiro semanal, de música e comédia. E penso em levar algumas dessas ideias pro palco depois. Sábado (25/4), toco na programação de shows virtuais pelo Instagram que o Bona, de shows aqui de São Paulo, preparou.
Enquanto o sábado não chega, aproveite para assistir ao último episódio de Comitê Especial de Quarentena: