Faço foto, revelo estranhamento

25/06/2012

The specified slider id does not exist.

Powered by WP Bannerize

Avatar photo

Por: Revista NOIZE

Fotos:

25/06/2012

_por Thamys Trindade

*

O cotidiano subjetivo e os fatos comuns do dia a dia são o recanto para quem tem uma ideia na cabeça e uma câmera na mão. Baseados nas incertezas das relações humanas, o coletivo Câmera Diynamite acertou tanto nos cliques que decidiu abrigar os registros em um zine impresso. A internet, além de ter sido a porta de entrada para o trabalho desse pessoal, facilitou a interação com a cena fotográfica mundial e fez a publicação atravessar oceanos.

A iniciativa reúne jovens contemporâneos do mundo todo que encaram a fotografia como arte e buscam transformar as cenas habituais em imagens intensas. Através da estética “Wild e Supertense”, o grupo abusa de texturas e cores, facilitados pela câmera analógica e um bocado de criatividade.

Criadores do projeto, os fotógrafos Mario Arruda (23) e Matheus Bazzo (21), conseguiram explodir o conceito, e o Câmera Diynamite ganhou espaço pela Sérvia, Ucrânia, França e Austrália. Hoje, a dupla se soma a outras 22 lentes que enxergam o simples com outros olhos e usam o campo da imagem para expressar momentos, situações e sentimentos.

Para ter um exemplar do zine em casa basta entrar em contato com os caras e desembolsar $3. O impresso reúne 27 fotos que inibem a ação de qualquer palavra.

O que é a estética “Wild e Supertense”?
“Wild e Supertense” tem a ver com as características que mais percebemos hoje na fotografia dessa galera que ta fazendo o lance todo acontecer. O conceito surgiu quando fomos conversando sobre os nossos próprios trabalhos e como eles se relacionavam com todas as imagens que olhamos diariamente. O selvagem – meio bucólico até pela fuga para o mato – dá a impressão de que os personagens das fotos estão quase sempre deslocados do ambiente, dando um clima ainda mais de fora do seu meio. O super tenso são os medos, os anseios e as tretas da atualidade traduzidos em imagem.

Conta como surgiu o zine? Foi lançado em outros países?
O zine foi a primeira forma impressa do Câmera. O objetivo foi tornar palpável e possível de ver e interagir com esse tipo de foto de uma forma de fácil acesso e em conta (eles custam $3). É importante pra que de alguma forma se quebre um pouco com a falsa noção de que foto é retrato da realidade, pois, na verdade, ela funciona como um meio que sempre carrega consigo uma subjetividade.

Além disso, a gente mandou cópias pra todo o pessoal que fez parte do projeto. Então os zines devem estar espalhados pelo mundo todo de forma descontrolada. Mandamos alguns pra galeria Terceiro Olho, em São Paulo, e pra um amigo que topou vender por lá. O Colectivo Underground Lúcifer, do México, não ficou sem alguns exemplares também.

Vocês sentem alguma diferença em relação a abordagem dos fotógrafos estrangeiros que compõem o Câmera com o teu processo criativo?
Acho que cada um tem sua própria abordagem, estética e conceito. O que une todo mundo é o jeito de interagir com o mundo…

@Thamys Trindade morou um tempo na Austrália e foi gerente de um subway que ficava colado a um studio. Ouviu tanto que decidiu sair falando por aí. Nossa colaboradora semanal com matérias sobre música, gente e outras boniteza. (:

Tags:, , ,

25/06/2012

Avatar photo

Revista NOIZE