O Garorock é um festival pequeno no sudoeste da França, na região de Aquitane, próximo a Bordeaux. O público é de estudantes franceses de férias de verão, que vão pra lá acampar e fazer festa. Mesmo assim, com nomes como Die Antwoord, A$ap Rocky, Alt-J, Of Monsters and Men, Archive, Jungle e Angus and Julia Stone, a programação era de muita qualidade. E só em lugares como esse pra ver ótimas bandas francesas que dificilmente vencem a barreira do território, como Christine And The Queens, Fakear, Chinese Man, Brigitte e a excelente The Dø. Essa última também o principal motivo de ter escolhido visitar esse festival.
Então fui lá, comprei minha barraca na Decathlon e mantimentos no Lidl, e encarei a aventura. As temperaturas variavam de 15 graus à noite até mais de 30 nas tardes de sol. Escolhi um lugar na sombra pra montar o acampamento, que era fresco sim, mas também bem servido de urtigas, aranhas, formigas e as terríveis lesmas. Glamour à parte, como lavar a cabeça na torneira por exemplo, acampar no festival foi uma experiência bem positiva. Obviamente você fica próximo de tudo e não precisa realizar a jornada de voltar pra casa todos os dias, mas também sente melhor na pele o contato com a cultura da molecada local. Viva o tapa ouvido.
Voltando à música, o show mais esperado do primeiro dia era dos doidos do Die Antwoord, mas a sensação foi Christine e seus Queens, que canta chanson em inglês pra francês, dança e pula e representa, acompanhada dos super dançarinos rainhas. Uma mistura incrível e bizarra, ou bizarramente incrível, ou incrivelmente bizarra que adorei principalmente por que cada clic era uma foto.
No segundo dia, o maravilhoso The Dø foi tudo que eu esperava: as canções mais belas na voz mais incrível no som mais perfeito. A cenografia de fios transparentes pendurados que refletiam e refratavam as luzes, e as dancinhas kung-fu da ex-loira Olivia só incrementaram o show, que show. E depois ainda teve os tugas do Buraka Som Sistema explodindo o kuduro da galera.
O domingo, terceiro e último dia, começou cedo muito bem. Por algum motivo eu achava que a Julia Stone era uma hippie meio baranga meio Janis Joplin, mas como eu estava enganado. Nem preciso falar nada, com essas fotos aí. Depois, na mesma hora do Jungle, que por algum motivo não estava no palco principal, os elfos islandeses do Of Monster And Men fizeram seu show certinho e lindo. Eu sei que é clichê falar que eles são elfos, mas enfim, eles são elfos.
A noite fechou com os roqueiros do Archive e o senhor balada Paul Kalkbrenner. Mas pra molecada era cedo, e num surto de fúria, porém fúria pacífica, em busca de diversão ilimitada, invadiram o acampamento e ficaram batucando e berrando até 9 da manhã. Viva o tapa ouvido. E aperrô!