História e evolução dos toca-discos

14/01/2022

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Erick Bonder

Por: Erick Bonder

Fotos: Reprodução

14/01/2022

Em 2022, na era dos streamings e arquivos digitais, parece estranho imaginar um mundo sem aparelhos de gravação e reprodução de áudio. Mas essa realidade, há relativamente pouco tempo, já foi muito diferente.

Os toca-discos como os conhecemos foram criados apenas em 1955 e não são os primeiros aparelhos capazes de reproduzir sons previamente gravados. Eles surgiram enquanto resultado de um longo processo de pesquisa e aprimoramento, tomando como base tecnologias mais antigas semelhantes. Você conhece essa história? Foi um longo caminho até que um toca-discos pudesse chegar na sua casa e fazer sua coleção rodar. Agora, vamos explicar melhor como foi esse percurso.

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FONÓGRAFO: O PRIMEIRO PASSO

Antes de Thomas Edison a lâmpada não existia, mas também não era possível gravar e reproduzir sons. Você pode imaginar o espanto das pessoas quando, em 1877, pela primeira vez, o inventor norte-americano apresentou sua engenhoca, chamada de fonógrafo. O equipamento era baseado no telégrafo, na época em pleno desenvolvimento, e no recém criado telefone. 

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O aparelho era formado por um cilindro coberto por uma folha de estanho, presos a uma manivela. Uma agulha, acoplada a um diafragma e em um bocal em forma de cone, era mantida em contato com a superfície de estanho do cilindro. O processo de gravação acontecia, basicamente, da seguinte forma: um som era emitido no bocal conoidal, fazendo pulsar o diafragma, que transmitia seus movimentos à agulha, que vibrava e entrava em contato arranhando (e gravando) o estanho do cilindro, que era girado pela manivela. Feita a gravação, era necessário girar a manivela no sentido contrário para reproduzir o som, que era amplificado pelo mesmo cone com o qual foi registrado.

Você pode imaginar o quão rudimentares eram essas primeiras gravações em relação à qualidade sonora que atingimos hoje em dia, mas, na época, elas significaram uma verdadeira revolução. Este foi o primeiro grande passo até chegarmos onde estamos hoje.

GRAFOFONE E GRAMOFONE: EVOLUÇÕES IMPORTANTES

A primeira versão aprimorada do fonógrafo foi o grafofone, criado por Alexander Graham Bell (o mesmo que criou a primeira patente do telefone), em 1881. A diferença deste aparelho era que o revestimento do cilindro de gravação era feito de cera, ao invés de estanho. Essa pequena mudança foi bastante significativa para o que ainda viria pela frente.

Durante um tempo, o recém inaugurado mercado fonográfico foi dominado pela disputa entre o fonógrafo e o grafofone. Até que, em 1887, Emil Berliner criou o seu gramofone, que se tornaria um marco na indústria, em razão das vantagens trazidas pela maior novidade contida neste novo equipamento: os cilindros de gravação foram substituídos por discos. Os discos de goma-laca (cera) desenvolvidos por Berliner não apresentavam maior fidelidade sonora em relação aos cilindros; entretanto, continham a enorme vantagem de facilitar a produção em larga escala, por poderem ser produzidos a partir de moldes e prensados em série.  

Os gramofones passaram a ser comercializados em massa apenas alguns anos depois e, com o tempo, foram conquistando o mercado, relegando a um segundo plano os fonógrafos e grafofones. Os discos se consolidaram enquanto o melhor formato para registrar e reproduzir sons comercialmente e esse reinado ainda duraria praticamente 100 anos, passando por diversas transformações ao longo do caminho.

O TOCA DISCOS COMO O CONHECEMOS

A indústria fonográfica, nestes seus primeiros anos, estava em uma corrida constante por aprimoramentos. Era necessário que houvesse maior fidelidade sonora, os discos precisavam ser mais resistentes, outras maneiras de amplificar o som eram necessárias. Na década de 1930 houveram grandes mudanças. A eletricidade, sendo dominada e explorada pela sociedade, era a moda da vez e foi incorporada nos aparelhos de reprodução de áudio. As manivelas foram substituídas por motores, que faziam o disco girar de forma automática. Além disso, paralelamente ao surgimento e difusão do rádio, foram inventados sistemas de agulha e cápsula magnetizadas, gerando correntes elétricas que transmitiam o som até que fossem amplificadas em conjunto com um sistema de som de rádio.

Assim surgiu a forma de reprodução que já conhecemos, no qual a agulha capta informações do disco, vibra em contato com a cápsula, que transforma tudo em eletricidade conduzida por fios através do braço até chegar no sistema de som.

Na esteira das mudanças, em 1948, surgiram os discos de vinil, enquanto substitutos dos discos de goma-laca. Conforme contamos melhor neste post, o uso do vinil foi uma nova revolução, permitindo um aumento significativo na fidelidade sonora, na capacidade de armazenamento de informações e na resistência dos discos. Logo depois, em 1955, surgiu uma novidade importante nos aparelhos de reprodução: a Philco criou equipamentos que possuíam bateria e poderiam ser transportados e usados em qualquer lugar.

O que conhecemos hoje como toca-discos funciona basicamente a partir destes princípios. Houveram outras mudanças ao longo do tempo, como aprimoramentos que possibilitaram maior fidelidade na reprodução de áudio. Com o passar dos anos, por exemplo, as caixas de som se tornaram independentes e muitos aparelhos deixaram de ter um sistema embutido que fosse capaz de amplificar o áudio. Com a popularização dos toca-discos, surgiram os mais diversos modelos de equipamentos, para os mais diversos públicos, oferecendo diferentes possibilidades.

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Erick Bonder

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