São dois brasileiros e dois britânicos, e todos têm como maior influência o rock, o soul e o blues norte-americanos. Nada mais natural que desse encontro nascesse uma banda. E foi no outono londrino de 2014 que o Lowly Houndscomeçou a dar seus primeiros passos.
Embora novata, a banda é composta por músicos experientes. O baxista Jacob Roos e o baterista Miggy Reynaldo já tocaram com Charly Coombes, além de terem tocado projetos próprios como A Silent Film e Severo em Marcha, respectivamente. O vocalista Nicko Varey foi líder da Nick Varey & The Bad Moon Band, enquanto o tecladista Edu Bisogno coleciona bandas em seu currículo. Entre elas, Video Hits, Tom Bloch e The Hard Working Band.
O primeiro EP, Rolling Road, foi lançado em 2015. Gravado ao vivo no estúdio Sugar Cane, em Londres, traz 5 faixas e a assinatura do engenheiro de gravação e mixagem Even Fromreide e lendário Tim Turan (Ramones, Gaz Coombes e Marilyn Manson) na mixagem. Com riffs rasgados, Rolling Roadé enérgico e pode perfeitamente agradar os fãs de nomes como Kings of Leon, White Denim, Alabama Shakes e The Raconteurs.
O EP está disponível em todas as plataformas digitais, mas o Sul do Brasil já pode conferir o som do Lowly Hounds ao vivo, no fim do ano passado, quando a banda passou pelo país e realizou 15 shows em um mês. No vídeo, que você assiste em primeira mão aqui na NOIZE, a banda aparece em cenas da estrada e no show realizado no Bar Ocidente, em Porto Alegre.
O Lowly Hounds se prepara para voltar ao país em março. A agenda completa ainda não foi divulgada, mas apresentações em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina já estão confirmadas.
Falamos com Edu Bisogno, que contou um pouco mais sobre a banda e a próxima tour no Brasil.
A banda tem 2 brasileiros e 2 britânicos. Como rolou esse encontro?
O Nicko, vocalista da banda, estava procurando um tecladista para o projeto solo dele, Nick Varey & The Bad Moon (que tinha recentemente gravado um EP), e um amigo do Nicko que já tinha tocado comigo me recomendou. Fiquei uns 4 meses tocando no projeto, e em determinado momento, expressei minha vontade de ter uma banda própria. Foi então que Nicko topou o desafio, decidiu dar um tempo no seu projeto solo e embarcar num projeto onde todos os integrantes teriam um input criativo. Foi aí que chamei Reynaldo Miggy pra batera, que chamou Jake Roos pro baixo. Em setembro de 2014, surgiu o Lowly Hounds.
A propósito, juntando os 2 brasileiros e os 2 britânicos à paixão por rock, soul e blues norte-americanos, o resultado é praticamente uma vitamina batida no liquidificador. Como foi juntar tanta referência? O que tem de cada ingrediente no resultado final do Lowly Hounds?
Todos os integrantes da banda têm um gosto muito eclético. A gente escuta desde Daft Punk até Deep Purple, então obviamente pitadas de diferentes referências são adicionadas no processo de criação. Basicamente, o Nicko é um blues man, eu trago muitas referências de soul, o Miggy tem uma pegada pesada de rock clássico, como The Who e Led Zeppelin, e o Jake tem uma veia pop pulsante, com linhas de baixo que mais parecem riffs de uma segunda guitarra na banda.
O EP foi lançado pouco tempo depois da reunião da banda e ainda foi gravado ao vivo. Aparentemente, a banda teve pouco tempo pra se entrosar. Como foi isso?
É que a química entre os integrantes aconteceu muito rápido e muito forte. A gente não conseguia parar de ensaiar, e as músicas foram fluindo rapidamente, além de algumas outras ideias que o Nicko já tinha na manga. “Stillness of the Heart” foi criada do zero em uma dessas sessões de composição, em que a gente ficava 6 horas trancados num estúdio, registrando e desenvolvendo novas ideias. “We Are the Young” veio pronta do Nicko, e decidimos que seria mais despida de arranjo, apenas violão, órgão e piano. No final desse processo de criação, tínhamos umas 10 músicas, das quais escolhemos 5, e começamos a trabalhar nos arranjos e ensaiar pra gravarmos todos tocando junto ao vivo.
Vocês passaram pelo Brasil há pouco tempo e já estão voltando novamente. Quais as expectativas em relação a este retorno?
A primeira tour no Brasil foi sensacional e a banda, os músicos e as nossas músicas foram superbem-recebidas. Na verdade, seis meses antes já estávamos em contato com rádios e programadores de rádios que adoraram o material e já começaram a tocar nosso primeiro single, “Along that Rolling Road”, desde abril de 2015.
Existe a possibilidade da banda trazer alguma novidade na bagagem? Um novo single, por exemplo.
Sim, já estamos com um novo lote de 10 músicas em fase de pré-produção e, em breve, teremos novidades sobre a produção do próximo EP. Estamos correndo pra termos alguma faixa já finalizada pra levar pro Brasil e, definitivamente, os shows já vão incluir algumas das novas composições