Definitivamente, Elza Soares não teve uma vida de rainha. Demorou muito tempo para sua arte e sua música serem reconhecidos da forma que deveriam. Mas, felizmente, ela vem reinando na música contemporânea e brilha mais do que nunca com o seu mais recente disco Deus É Mulher.
Xenia França também é uma cantora negra que luta dia e noite para construir sua carreira. Por isso, aproveitamos para conversar com Elza sobre sua trajetória, seu presente e seu futuro. Um papo exclusivo e profundo que você pode acompanhar na íntegra na revista NOIZE #78, que acompanha o kit com o super disco de Xenia França em vinil marrom. Corra aqui para não perder a chance de levar o seu pra casa.
Para deixar você com gostinho de “quero mais”, compartilhamos logo abaixo um trecho dessa matéria.
Trecho de “Elza Soares, uma deusa que quer incomodar”, por Iarema Soares:
(…) A diferença, desta vez, está na maior e necessária presença feminina. Elza afirma que seria uma contradição não incluir a presença feminina na produção tendo em vista o título do trabalho. “O nome do álbum é Deus É Mulher. E a nossa presença nos espaços é muito importante porque a gente se entende na troca de abraços”, aponta. Compõem o time de musicistas Mariá Portugal (bateria, percussão e MPC), Maria Beraldo (clarinete e clarone) e o bloco afro de São Paulo, Olú Obá De Min, formado única e exclusivamente por mulheres negras. O coletivo ficou responsável pela percussão das canções “Banho” e “Dentro de Cada Um”, já a regência ficou nas mãos de Beth Beli.
Das 60 composições pré-selecionadas, Elza escolheu as 11 que constroem a linha narrativa do novo álbum, que traz faixas inéditas assinadas por Tulipa Ruiz, Pedro Luís, Alice Coutinho e Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Douglas Germano, Pedro Loureiro, Edgar, Mariá Portugal e Luciano Mello. O critério usado para estabelecer as parcerias foi a mensagem que as canções passavam e a cantora afirma que, literalmente, suou para chegar às músicas escolhidas. “Foi muito difícil porque elas eram maravilhosas, realmente incríveis. E fiquei muito feliz em ver tantas mulheres compondo”.
Ela ressalta ainda que o processo de feitura deste álbum foi extremamente gratificante por estar em contato com uma equipe tão efervescente e que seu momento atual está sendo ótimo. “Tenho aprendido muito com essa garotada que me acompanha. Virei uma colegial, acho que estou vivendo minha segunda juventude”, afirma entre gargalhadas. (…)