Os norte-americanos do Anti-Flag abrem, amanhã (dia 24), sua turnê pela América do Sul com um show no Bar Opinião, em Porto Alegre. Em sua primeira vez no Brasil, a banda apresenta-se também em Curitiba e São Paulo, sempre contando com a abertura dos canadenses do This is a Standoff. Depois, o Anti-flag segue para a Argentina.
Antes de chegar ao Brasil, porém, a banda concedeu uma entrevista exclusiva à NOIZE. Quem conversou com a gente foi o baixista Chris #2, que declarou seu desejo de mais honestidade e diversão na cena punk rock.
Ícone do punk rock, a banda sempre seguiu uma linha contestadora. Sempre houve este interesse ideológico ou simplesmente ele nasceu por conta do estilo musical?
O punk rock, em Pittsburgh, sempre teve muita consciência social. É uma cidade que sempre foi da classe trabalhadora, operária. Isso está enraizado na cena punk rock aqui.
Para a banda, qual a importância de manter um posicionamento político forte hoje?
Estas são as questões que são importantes para nós. Não é importante para toda banda ou artista, mas é pelo que somos apaixonados. Além disso, precisamos continuar discutindo o racismo, o machismo, a homofobia.
Como está a relação da banda com a atual política americana?
Certamente, Obama é uma escolha melhor do que McCain. Então, nesse sentido, estamos felizes por ele ter sido eleito. No entanto, ele certamente não é a solução para nossos problemas. Obama tem seguido muitos dos mesmos caminhos que George Bush. É frustrante ver o potencial e otimismo que tivemos desaparecer.
Embora nunca tenham vindo para a América do Sul, tem alguma conhecimento a respeito da cena punk daqui?
Conhecemos muito pouco, porém estamos muito animados para conhecer a cena, a política e o povo da América do Sul.
O que podemos esperar dos shows da banda por aqui?
Temos um longo set list, com músicas de todos nossos discos. Também pedimos sugestões online, para agradar a todos que vão nos assistir pela primeira vez. Acredito que o pessoal do Brasil vai gostar.
O último disco da banda, The People or the Gun, foi lançado em 2009. A banda planeja lançar algum novo trabalho em breve?
Agora estamos fazendo músicas para um novo álbum. Nós não sabemos ainda quando pode sair o lançamento, mas tenho escrito algumas coisas legais até agora.
Em 20 anos de banda, vocês passaram por gravadoras, mas também tiveram momentos independentes. Existiu influência da gravadora no trabalho da banda?
Nós temos a sorte de poder fazer as declarações e as músicas que nós quisermos fazer, sem a influência de gravadora ou de qualquer outra pessoa. As decisões tomadas são nossas.
Em todos os aspectos, é melhor ser independente ou ter gravadora?
Ser independente tem vantagens e desvantagens. E ter gravadora, também. Acho que artistas inteligentes podem conseguir tirar proveito dos dois momentos da carreira.
O que falta na cena do punk?
Honestidade está em falta. Muitos artistas estão criando coisas sem realmente acreditar em sua criação. E também precisa ter mais diversão.
Confira um vídeo do Anti-flag.